segunda-feira, 12 de março de 2012

Hospitalizações por condições cardiovasculares sensíveis à atenção primária em municípios goianos.

         Autores: Sandro Rogério Batista, Paulo César Brandão Veiga Jardim, Ana Luiza Lima Souza, Cláudia Maria Salgado.

         Objetivo: Analisar taxas de hospitalização por condições cardiovasculares sensíveis à atenção primária.

         Métodos: Estudo ecológico com 237 municípios do Estado de Goiás, de 2000 a 2008, utilizando dados do Sistema de Informação Hospitalar e Sistema de Informação da Atenção Básica. As taxas de hospitalização foram calculadas pela proporção entre o número de hospitalizações por condições cardiovasculares e a população acima de 40 anos. Foram avaliadas em triênios: A (2000-2002), B (2003-2005) e C (2006-2008), segundo sexo, faixa etária, porte populacional, pertencimento à região metropolitana, macrorregião de saúde, distância da capital, Índice de Condições de Vida e Saúde e cobertura de Estratégia Saúde da Família. A cobertura populacional potencial da Saúde da Família foi calculada conforme diretrizes doMinistério da Saúde. A variabilidade das taxas foi avaliada segundo teste t e ANOVA.

         Resultados: Ocorreram 253.254 internações (17,2% do total) por condições cardiovasculares sensíveis à atenção primária. As taxas de hospitalização diminuíram entre os triênios: A (213,5, dp = 104,6), B (199,7, dp = 96,3) e C (150,2, dp = 76,1), com diferença entre os períodos A-C e B-C (p < 0,001). Porte populacional municipal não influenciou o comportamento das taxas. Municípios próximos à capital e aqueles da região metropolitana apresentaram maiores taxas (p < 0,001). Em todos os percentis do Índice de Condições de Vida e Saúde, houve redução das taxas (p < 0,001), exceto no percentil 1. Redução foi também observada em todas as macrorregiões, exceto na região nordeste do estado. A redução das taxas ocorreu independentemente dacobertura da Saúde da Família.

         Conclusões: As taxas de hospitalização por condições cardiovasculares sensíveis à atenção primária diminuíram nesses municípios, independentemente da cobertura da Saúde da Família.

         Publicado na Rev. Saúde Pública [online]. 2012, vol.46, n.1, pp. 34-42. Epub 06-Jan-2012. ISSN 0034-8910.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102012000100005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

Publicado originalmente em Rede de Pesquisa em APS, e nesse blog por Ricardo Alexandre de Souza em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com