sexta-feira, 29 de julho de 2011

Programa discute regulamentação da lei orgânica da saúde

Programa discute regulamentação da lei orgânica da saúde
Ao vivo, no Sala de Convidados desta sexta-feira, 29/07, às 11h

A presidente Dilma Roussef acaba de publicar o decreto 7.508 que regulamenta a lei orgânica da saúde 8.080. Mais de vinte anos se passaram e o que esperar desta regulamentação que propõe detalhar e facilitar o cumprimento da lei que vigora desde setembro de 1990.

O Sala de Convidados pretende provocar a reflexão sobre o decreto publicado no mês passado. Quais os entraves que ele não deu conta de resolver. Quais os avanços para um sistema democrático como o Sistema Único de Saúde/SUS. E quais os próximos desafios na busca pela consolidação deste sistema.

O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha considera o decreto 7.508 um marco na história da consolidação do SUS. Segundo ele, a partir de sua publicação cria-se uma nova relação entre união, estados e municípios na gestão da saúde.

Um grande destaque do decreto é a criação de contratos de ação pública. São acordos de cooperação entre entes federativos para garantir as responsabilidades de cada um na rede de saúde. Padilha avalia que o novo instrumento dá mais força para estabelecer as metas de atenção à saúde da população que devem ser alcançadas em cada uma das regiões do país e, sobretudo, exigir o cumprimento delas.   

O debate conta com a participação da primeira redatora do decreto, a advogada especialista em direito ambiental, Lenir Santos e o médico sanitarista e sub-editor do blog Saúde com Dilma, Felipe de Oliveira Cavalcanti.

Sobre o Sala de Convidados
É um programa de debate, ao vivo, apresentado por Renato Farias, com uma hora de duração, das 11h às 12h. Os temas relacionados à saúde são discutidos sob o ponto de vista das políticas públicas.

Participação ao vivo
O Sala de Convidados é um programa cuja participação do espectador é fundamental para o debate. Perguntas e comentários podem ser enviados a qualquer momento durante o programa. Utilize o chat no site do Canal Saúde ou ligue, gratuitamente, para 0800 701 8122.  Se preferir, antecipe suas perguntas através do e-mail canal@fiocruz.br

Como assistir
Internet: acesse www.canalsaude.fiocruz.br e clique no ASSISTA AGORA, na página principal.
Televisão: parabólica digital (freqüência 3690) ou TV por assinatura e parabólica analógica no canal NBR. Para sintonizar a NBR em sua cidade, acesse ebcservicos.ebc.com.br/veiculos/nbr.


Créditos pelas informações:
Canal Saúde/Fundação Oswaldo Cruz
Coordenação de Comunicação Social
Ana Cristina Figueira
anacrisfigueira@fiocruz.br
55 21 3194-7743

Postado por Leonardo C M Savassi

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Carta de Gusso, Guerváz e Mercedez ao The Lancet

Brazilian health-service organisation: problems at a glance

A série The Lancet sobre Brasil abrange quase todos os campos importantes para a saúde: a política de saúde, violência, doenças infecciosas, doenças crônicas não-transmissíveis e saúde materna e infantil. Mas no geral dá uma visão parcial de um país pobre com um sistema de saúde com base em programas verticais.

Na série está faltando, pelo menos, um artigo sobre a teoria da atenção primária e como ela está sendo trabalhada no Brasil e um artigo sobre organização dos serviços de saúde em geral. Tais artigos podem cobrir a distribuição geográfica desigual dos médicos (por exemplo, um por 574 habitantes na capital do estado do Amazonas, Manaus, em comparação com um por 9000 no resto do Amazonas), ou a má acessibilidade dos centros de saúde forçando pacientes para visitar a serviços de urgência sem a continuidade dos cuidados.

Perguntas que permanecem sem resposta são: a sociedade brasileira quer um sistema de saúde público universal; os membros das classes média e alta do Brasil sabe a importância de um sistema de saúde público forte; são políticas brasileiras a promoção de um sistema público de saúde para os pobres e um outro privado para o resto da população?

Um obstáculo principal a estas perguntas é a pressão sobre os epidemiologistas, gestores e acadêmicos para coletar dados de forma vertical. No entanto, a violência não pode ser vista como separada da doença infecciosa, da mortalidade materna, da toxicodependência, ou do desemprego. A Estratégia Saúde da Família, citada na maioria dos trabalhos da série, tem sido um veículo através do qual muitas ações verticais já foram integradas, e os resultados têm sido bem estudados. O que os leitores realmente precisam saber são os obstáculos para ir mais longe nesta respeito.

O resultado da série The Lancet é uma coleção de dados de saúde excelente mas vazia de mensagens relevantes para a tomada de decisões em torno da política de organização da saúde . Há a necessidade de entender a saúde no Brasil em termos das melhores respostas para os problemas dos serviços de saúde

Acesse a carta:










Leia também:

Publicado originalmente por Leonardo C M Savassi

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Efeito placebo é similar ao do albuterol na sintomatologia relatada de asma estável

Active Albuterol or Placebo, Sham Acupuncture, or No Intervention in Asthma


Estudo com pacientes asmáticos mostra que os efeitos auto-avaliados do tratamento podem ser controversos. Neste estudo, os pacientes relataram melhora com placebo similar à do Albuterol, mesmo que os testes respiratórios apontem o contrário, sugerindo que os desfechos ligados a auto-avaliação podem mascarar uma verdadeira ausência objetiva de efeito clínico. O estudo foi publicado no New England Journal of Medicine .

Um total de 39 pacientes com asma estável concluíram cada um dos seguintes quatro tratamentos durante uma série de visitas: albuterol inalador, inalador falso, acupuntura simulada, ou espera vigilante na clínica (controle). Volumes expiratórios forçados, menos 1 segundo (FEV1s) foram medidos durante cada visita, assim como as avaliações subjetivas dos pacientes quanto a melhora dos sintomas.

Melhorias na FEV1s foram significativas apenas após o tratamento albuterol, mas não depois de qualquer um dos outros três. No entanto, as medidas subjetivas de melhora dos sintomas aumentou significativamente, após todos, mas o tratamento controle. Os autores concluem que "resultados objetivos devem ser mais fortemente invocado para cuidado com a asma ideal."

Entre as várias conclusões que se pode tirar deste estudo, destaco a importância de estudar os desfechos corretos. No caso em questão, o desfecho de melhora relatada da sintomatologia não demonstrou diferença entre os tratamentos, o que só foi possível através da espirometria.

Leia o resumo traduzido:

ANTECEDENTES
Em estudos prospectivos experimentais em pacientes com asma, é difícil determinar se as respostas ao placebo diferiram do curso natural das mudanças fisiológicas que ocorrem sem qualquer intervenção. Foram comparados os efeitos de um broncodilatador, duas intervenções placebo, e nenhuma intervenção sobre os resultados em pacientes com asma.

MÉTODOS
Em um estudo duplo-cego piloto, crossover, que aleatoriamente selecionou 46 pacientes com asma ao tratamento ativo com um inalador de albuterol, um inalador placebo, falsa acupuntura ou nenhuma intervenção. Usando um delineamento em blocos, administrou-se a cada um destes quatro intervenções em ordem aleatória durante as quatro visitas seqüenciais (3 a 7 dias de intervalo); este procedimento foi repetido em mais dois conjuntos de visitas (de um total de 12 visitas por cada paciente). Em cada visita, a espirometria foi realizado repetidamente ao longo de um período de 2 horas. Volume máximo expiratório forçado em 1 segundo (FEV1) foi medido, e as avaliações dos pacientes auto-relataram melhora foram registrados.

RESULTADOS
Entre os 39 pacientes que completaram o estudo, albuterol resultou em um aumento de 20% no VEF1, em comparação com cerca de 7% com cada uma das outras três intervenções (P<0,001). Entretanto, os relatórios dos pacientes de melhora após a intervenção não diferiu significativamente para o inalador de albuterol (50% de melhora), placebo inalador (45%), ou acupuntura falsa (46%), mas a melhora subjetiva com todos os três destas intervenções foi significativamente maior do que com o controle da não-intervenção (21%) (P<0,001).

CONCLUSÕES
Apesar de somente o albuterol , mas não as duas intervenções placebo, melhorar o VEF1 nestes pacientes com asma, ele não forneceu nenhum benefício adicional com relação aos resultados auto-relatados. O efeito placebo pode ser clinicamente significativo e pode rivalizar os efeitos da medicação ativa em pacientes com asma. No entanto, a partir de uma gestão clínica e pesquisa em perspectiva, os auto-relatos podem não ser confiáveis. Uma avaliação das respostas não tratada na asma pode ser essencial na avaliação de paciente, segundo os resultados.


Leia o artigo (para quem tem Periódicos CAPES, o acesso é livre):







Um editorialista oferece uma visão diferente sobre o significado do estudo, perguntando: "Qual é o resultado mais importante na medicina: a objetiva ou subjetiva? o médico ou a percepção do paciente?" Acesse o editorial (também não livre acesso):







O Medline Health Plus também comenta o artigo em sua sessão Understanding Medical Research destacando o poder do efeito placebo, já que os pacientes com asma acharam que drogas reais e falsas trouxeram o mesmo resultado, mesmo que o medicamento verdadeiro tivesse efeito muito maior em seus pulmões.:







Publicado originalmente por Leonardo Savassi

AAS x prevenção cardiovascular primária


Effect of Aspirin on Mortality in the Primary Prevention of Cardiovascular Disease


Uma atualização de meta-análise feita a partir de estudos randomizados controlados descobriram que a aspirina impede a morte, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral isquêmico, mas aumenta o acidente vascular cerebral hemorrágico e grandes sangramentos, quando utilizado na prevenção primária da doença cardiovascular. O estudo está publicado no American Journal of Medicine.


É interessante observar que nos benefícios mortalidade e infarto agudo do miocárdio, o intervalo de confiança do risco relativo vai até 1,00, ou seja, estatisticamente pode ser nulo. Já os danos tem todos intervalo de confiança acima de 1,01, em especial de grandes sangramentos e hemorragia gastrointestinal. Será que, ao incluir novos estudos, corremos o risco de ver os benefícios da aspirina para mortalidade geral e IAM serem não comprovados?

Leia a tradução do resumo:

Objetivo
A falta de benefícios de mortalidade relacionados a aspirina em meta-análises prévias de ensaios sobre a prevenção primária da doença cardiovascular tem contribuído para a incerteza sobre o equilíbrio entre benefícios e riscos da aspirina na prevenção primária. Foi realizada uma atualização desta meta-análise de estudos randomizados controlados de aspirina para obter melhores estimativas do efeito da aspirina sobre a mortalidade em prevenção primária.

Métodos

Artigos elegíveis foram identificados em bases de dados eletrônicos e listas de referência. Os desfechos de interesse pesquisados foram: mortalidade por qualquer causa, morte cardiovascular, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e hemorragia. Os dados foram obtidos a partir de testes individuais, utilizando o modelo DerSimonian-Laird de efeitos aleatórios, e os resultados são apresentados como risco relativo (RR) e intervalos de confiança de 95% (CI).

Resultados
Nove estudos randomizados e controlados com 100.076 participantes foram incluídos. A aspirina reduziu a mortalidade (RR 0,94; 95% CI, 0,88-1,00), infarto do miocárdio (RR 0,83; 95% CI, 0,69-1,00), acidente vascular cerebral isquêmico (RR 0,86; 95% CI, 0,75-0,98), e o misto de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral ou morte cardiovascular (RR 0,88; 95% CI, 0,83-0,94), mas não reduziu a mortalidade cardiovascular (RR 0,96; 95% CI, 0,84-1,09). A aspirina aumenta o risco de acidente vascular cerebral hemorrágico (RR 1,36; 95% CI, 1,01-1,82), sangramento maior (RR 1,66; 95% CI, 1,41-1,95) e sangramento gastrointestinal (RR 1,37; 95% CI, 1,15-1,62) . A falta de disponibilidade de dados do paciente em nível de exploração impediu a análise de benefícios e riscos da aspirina em subgrupos chave.

Conclusão
A aspirina impede mortes, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral isquêmico, e aumenta o acidente vascular cerebral hemorrágico e as principais hemorragias quando usado na prevenção primária da doença cardiovascular.

Livre acesso ao artigo:





quinta-feira, 14 de julho de 2011

SMS como reforço positivo na cessação do tabagismo

Smoking cessation support delivered via mobile phone text messaging (txt2stop): a single-blind, randomised trial


Um estudo sobre o apoio a cessação do tabagismo via mensagens SMS de telefone celular - estudo simples cego randomizado foi publicado no The Lancet. Nele, SMS motivacionais para pessoas que tentam parar de fumar dobraram as taxas de abandono bioquimicamente confirmadas, em comparação com uma intervenção controle de mensagens não relacionadas ao tabagismo, de acordo com um estudo da Lancet.

Cerca de 5800 pacientes que optaram por parar de fumar foram randomizados para receber mensagens de texto motivacional (o grupo txt2stop) ou mensagens simplesmente agradecendo-lhes pela sua participação (os controles). Mensagens motivacionais lembraram aos participantes os benefícios de parar de fumar, e os participantes podiam enviar a palavra "crave" (desejar/ implorar) ao sistema para receber apoio para superar as tentações de fumar. Aos 6 meses, o grupo txt2stop teve uma taxa de 10,7% de abstinência bioquimicamente confirmadas, versus 4,9% nos controles.

Na Educação em saúde, estes são "reforços positivos" que auxiliam na manutenção de um comportamento saudável.



Leia o resumo:

Background
Programas de cessação do tabagismo via SMS de telefone celular parecem aumentar a cessação auto-relatada no curto prazo. Nós avaliamos o efeito de um programa automatizado de cessação do tabagismo entregue via mensagem de texto do telefone na abstinência contínua, que foi bioquimicamente verificada em seis meses.

Métodos
Neste estudo simples-cego, randomizado, realizado no Reino Unido, os fumantes dispostos a tentar parar foram alocados aleatoriamente, usando um sistema de distribuição aleatória independente de telefone, para um SMS para celular com mensagens de cessação de tabagismo (txt2stop), compreendendo as mensagens motivacionais e comportamentais - apoio para a mudança, ou a um grupo controle que recebeu mensagens de texto sem relação com a cessação. O sistema automaticamente gerou textos grupo de intervenção ou de controle de acordo com a alocação. Avaliadores de resultados foram mascarados para a alocação do tratamento. O desfecho primário foi a abstinência auto-relatada contínua, bioquimicamente verificada em seis meses. Todas as análises foram por intenção de tratamento. Este estudo está registrado, o número de ISRCTN 80978588.

Resultados
Foram avaliados 11 914 participantes elegíveis e 5800 participantes foram escolhidos aleatoriamente, dos quais 2.915 foram alocados para a intervenção txt2stop e 2885 foram no grupo controle, oito foram excluídos porque foram randomizados mais de uma vez. Os dados de resultado primário estavam disponíveis para 5.524 (95%) participantes. A abstinência bioquimicamente verificada contínua de 6 meses foi significativamente maior no grupo txt2stop (10,7% txt2stop vs controle 4,9%, risco relativo [RR] 2,20, 95% IC 1,80 -2 · 68; p <0 · 0001). Resultados semelhantes foram obtidos quando os participantes que foram perdidos pelo follow-up foram tratados como fumantes (268 [9%] de 2911 txt2stop vs 124 [4%] de 2881 o controle [RR 2,14, 95% CI 1,74 -2 · 63, p <0,0001]), e quando eles foram excluídos (268 [10%] de 2735 txt2stop vs 124 [4%] de 2789 o controle [2,20, 1,79 -2 · 71; p <0 · 0001]). Não foi demonstrada heterogeneidade significativa em nenhum dos subgrupos pré-especificados.

Interpretação
O programa de cessação do tabagismo txt2stop melhorou significativamente a taxa de cessação em seis meses e deve ser considerado para inclusão em serviços de cessação tabágica.

Financiamento
UK Medical Research Council, Redes de Pesquisa em Atenção Primária.


Acesso ao artigo:









Publicado originalmente por Leonardo C M Savassi

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Conferências Municipais de Saúde


Divulgando convite para CMS de Lagoa Santa:

VII CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE LAGOA SANTA 2011

Dia 13/7
Horário: 8:30 às 17:30h
Cine 9sete
(Praça Floriano Peixoto, 97 - Centro)

Informações: 3688-1493 ou cms@lagoasanta.mg.gov.br

Exerça sua cidadania: Todos usam o SUS! na Seguridade Social, Política Pública, patrimônio do Povo Brasileiro


Em Brumadinho a CMS já ocorreu. Veja uma das apresentações, sobre o Acolhimento no dia 02/07/2011

Slideshare do Leonardo Savassi



Publicado originalmente por Leonardo C M Savassi

Satisfação do usuário garantirá mais recursos para Atenção Básica

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinou, nesta sábado (9), durante o 27º Congresso do Conasems (Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde), portaria que cria pontuação para adequar a distribuição de recursos da atenção básica, o que garante aos municípios mais carentes um financiamento diferenciado. Em outro documento, lançou o Programa de Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica, com contratualização, certificação e remuneração pelo bom desempenho e qualidade das equipes de atenção básica. Um dos componentes de avaliação é a satisfação do usuário. No país, o orçamento para a área subirá em R$ 769 milhões, totalizando R$ 10,3 bilhões. “Queremos dar mais qualidade no atendimento e oferecer serviços mais perto de onde as pessoas moram”, afirmou o ministro. Ele reforçou que, com a atenção básica de qualidade, até 80% dos problemas de saúde da população podem ser resolvidos. Isso sem precisar ir ao hospital, o que desafoga o atendimento das emergências e garante um acompanhamento continuado.

QUALIDADE As equipes de atenção básica serão avaliadas pelo seu desempenho.
O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica colocará metas, além de avaliar a satisfação do usuário, acesso, utilização e qualidade dos serviços. Para isso serão emitidos certificados de desempenho, que envolvem análise por instituições de ensino e pesquisa e pelos gestores municipal, estadual e federal. O programa ainda estimula a educação permanente, o apoio institucional (infra-estrutura oferecida) e monitoramento. “O programa aplica recursos adicionais em municípios que cumprirem metas de atendimento e qualidade. São indicadores como atendimento pré-natal, acompanhamento de doentes crônicos, redução do tempo de espera por consulta e adequada atenção à saúde do idoso”, disse o ministro. Padilha explicou que o bom resultado pode até dobrar o valor recebido por uma determinada equipe. Ainda, a partir da segunda avaliação externa, o desempenho de cada equipe será comparado não só em relação às outras equipes do seu estrato, mas também a evolução do seu próprio trabalho ao longo da implementação do programa. Só neste ano, serão destinados R$ 104 milhões para a ação. A expectativa é que, em 2012, sejam aplicados R$ 900 milhões no programa. As equipes que tiverem um desempenho insatisfatório terão o incentivo suspenso.

EQUIDADE - A portaria cria um componente que dá maior equidade na distribuição dos recursos. Ou seja, um sistema de pontuação estabelece que municípios de maior vulnerabilidade receberão mais recursos. Influenciam nesse componente o PIB per capita, o percentual da população com Bolsa Família ou percentual da população em Extrema Pobreza, o percentual da população com Plano de Saúde e a densidade demográfica. Assim, as novas medidas estabelecem um aumento de até 27% no financiamento local - o investimento variará de R$ 18 a R$ 23 por habitante. "Atenção básica de qualidade é decisiva para um Brasil sem miséria. Esse programa, portanto, serve de instrumento para superarmos as desigualdades ainda persistentes no país”, destacou Padilha.

REESTRUTURAÇÃO – A atenção básica também será fortalecida com a reforma e ampliação das atuais 36,8 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS). Até o fim do ano, será concluído censo para verificar as condições de funcionamento das unidades. Os municípios já têm a disposição um cadastro online para o preenchimento de um projeto de reforma. Além das melhorias nas unidades já existentes, serão construídas novas unidades, considerando indicadores municipais como PIB per capita, percentual de pessoas em extrema pobreza e índice de UBSs com qualificação insuficiente, conforme apontar o censo. Em 2011, foram selecionados 1.219 projetos para construir novas unidades.

Leia ainda:




Fonte: Rede de pesquisas em APS, via Ministério da Saúde www.saude.gov.br
Publicado originalmente por Leonardo Savassi

Semana Mundial da Amamentação (1-7 de agosto)

Reencaminho mensagem do Boletim Eletrônico NEPAE-NESEN
http://www.uff.br/jsncare/index.php/bnn/index

Prezado/a,
Estudo recente da FIOCRUZ,nas UBS do Rio de Janeiro, revelou que a taxa de aleitamento exclusivo dos bebês é de apenas 58,1%. Verificou também que as mulheres socilamente vulneráveis (solteiras, não-brancas e de baixa escolaridade) aleitam menos.
Lembro que de 1-7 de agosto acontece a Semana Mundial de Amamentação (ver site da campanha: http://worldbreastfeedingweek.org/)
Esta é uma oportunidade para discutir a qualidade do pré-natal (educação em saúde) e como as gestantes são (ou não são) preparadas para amamentar exclusivamente.
Oportunidade também para discutir como incentivar o parto e instituir a amamentação na primeira hora. Vale também instituir o alojamento conjunto como estratégia para promoção da amamentação, entre outras.
Não se esqueça de que o 4o objetivo do milênio é reduzir a mortalidade na infância. Uma das inciativas para se alcançar esta meta é a "capacitação" da gestante e da mãe para a amamentação exclusiva.
Qual iniciativa a sua instituição de saúde e/ou ensino (ou da sociedade civil organizada) poderá promover para aumentar a taxa de aleitamento exclusivo?

--
Profa. Dra. Isabel Cruz
*Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre as Atividades de Enfermagem
*Núcleo de Estudos sobre Saúde e Etnia Negra
www.uff.br/nepae
1- Journal of Specialized Nursing Care
http://www.uff.br/jsncare/index.php/jsncare
2- Boletim NEPAE-NESEN
http://www.uff.br/jsncare/index.php/bnn/index
3- Educação em Saúde Online
http://www.uff.br/nepae/eso/
Grátis:
4- Curso Online Parto Sem Dor para Gestante
http://e-enf.com.br/eos/login/index.php

 5- Divulgando informações em saúde no Facebook
Siga o NEPAE-NESEN na página do Facebook em http://www.facebook.com/profile.php?id=1128846319 e compartilhe mensagens de saúde e bem-estar.


Boletim Eletrônico NEPAE-NESEN
Créditos: Prof. Dra. Isabel Cruz - Editora
Publicado por Leonardo C M Savassi (via email)
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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Domhnall MacAuley [BMJ]: prevenção quaternária e o 11o CBMFC


O editor do BMJ Domhhall MacAuley esteve no XI Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade, realizado no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília, entre os dias 23 e 26 de junho.

Em seu Blog editorial do dia 07 de julho, MacAuley inicia trabalhando o conceito de prevenção quaternária - temática central do Congresso. Prevenção quaternária significa proteger os pacientes de interferência médica - um papel em que a prática geral é fundamental.

Tive o prazer de coordenar uma mesa em que Dr. MacAuley palestrou - Pesquisar e Publicar é preciso - que contou com o brilhantismo de Airton Telbot Stein (RS) e Marcelo Demarzo (SP), debatendo a pesquisa e publicação em APS de maneira direta. E com uma platéia composta desde os nomes consagrados da MFC nacional, como os Professores Elis Busnello (RS), Eno Filho (RS), Inez Padula (RJ), Ricardo Donato (RJ), Aldo Ciancio (USA) e Rodrigo Pastor (MG) até grandes expoentes como as preceptoras de Betim (MG) Janaína Miranda, Janaína Le Sann e as residentes Helena Santos e Denise Dutra (MG). Ainda nesta mesa, o Prof. Airton Stein foi homenageado pela SBMFC.

Foto: Janaína Miranda
Airton Stein, Leonardo Savassi, Domhhall MacAuley
e Marcelo Demarzo

MacAuley cita em seu blog alguns dos nomes que figuram em qualquer lista de discussão da MFC brasileira, como a Irmã Monique Bourget (SP), e o fino colega Marcelo Kolling (PR), e aponta que nunca tinha visto algo parecido com um congresso de 4.000 parcitipantes, poucos deles acima de 40 anos de idade, e nenhum envolvimento da indústria farmacêutica. Um "colégio incrivelmente jovem e vibrante", tal eram a energia, entusiasmo e otimismo, e conclui: "Eles poderiam ser os futuros líderes na pesquisa em atenção primária. Mas, eu não acho que eles percebem muito o seu próprio potencial".

Acesse o Blog:

BMJ - helping doctors make better decisions


Leia também:

Publicado originalmente por Leonardo C M Savassi

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Novos parâmetros NASF

06/07/2011 , às 12h47
Saúde da Família: ministério define inclusão de novas especialidades profissionais nos NASFs

Entre as possibilidades, municípios poderão compor os Núcleos com médico veterinário e sanitarista. Proposta está sendo detalhada com Estados e Municípios

Veja também: Saúde fortalece atenção básica para melhorar qualidade da assistência à população

Os Núcleos de Apoio ao Saúde da Família (NASFs) serão aprimorados na Nova Política Nacional de Atenção Básica. Dentre as mudanças, está definida a ampliação das especialidades profissionais que poderão passar a atuar nos NASFs. Atualmente, os Núcleos podem ser compostos – por decisão das secretarias municipais de saúde – por psicólogo, assistente social, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, profissional da educação física, nutricionista, terapeuta ocupacional, ginecologista, homeopata, acupunturista, pediatra e psiquiatra. Agora, o Ministério da Saúde ampliará este elenco de profissões, incluindo, nos NASFs, a possibilidade de os gestores locais do SUS contratarem profissionais como médico veterinário e sanitarista, entre outros.

Com as mudanças, a estimativa é que a quantidade de municípios com NASFs na modalidade II – que atualmente são compostos por, no mínimo, três profissionais de nível superior, vinculado a uma quantidade mínima de três equipes de Saúde da Família – passará de 870 para 4.524. A partir da reestruturação, os Núcleos do tipo II poderão ter de três a sete equipes, independente da densidade demográfica da região.

Os NASFs são constituídos por equipes multiprofissionais que trabalham no apoio às equipes da Estratégia Saúde da Família. Nos Núcleos, os profissionais desenvolvem atividades como consultas e diagnósticos conjuntos e ações de educação em saúde entre a população. Para a definição dos profissionais que compõem os NASFs, as secretarias municipais de saúde utilizam critérios como as especificidades e prioridades em saúde das comunidades como também a disponibilidade dos profissionais na região. “A inclusão de novas especialidades profissionais nos NASFs e outras propostas de avanços na Atenção Básica estão sendo definidas em conjunto com os Estados e Municípios”, explica o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães. “A inclusão dos médicos veterinários é uma das importantes novidades”, acrescenta.

RESTRUTURAÇÃO – Os critérios para a implementação dos NASFs, pelas secretarias municipais de saúde, também serão simplificados. Atualmente, os Núcleos são classificados nas modalidades I, II e III. O tipo I deve ser composto, por no mínimo, cinco profissionais de saúde de nível superior, vinculado a uma quantidade que vai de oito até 20 Equipes Saúde da Família. Com as mudanças em análise, o NASF I terá de cumprir apenas o critério de ter mais de sete equipes de Saúde da Família vinculadas a ele.

O NASF II atualmente é composto por, no mínimo, três profissionais de nível superior, vinculado a uma quantidade mínima de três equipes de Saúde da Família. Com a reestruturação, o NASF II poderá ter de três a sete equipes, independente da densidade demográfica da região. Com isso, a estimativa do Ministério da Saúde é que o número de municípios que poderão ter esse tipo de Núcleo ampliará de 870 para 4.524. Já a modalidade III, que foi instituída no final do ano passado, será incorporada ao NASF II.

Atualmente, o país conta com 1.371 NASFs, sendo 1.234 tipo I e 137 tipo II, presentes em 998 cidades. Os municípios que contam com o NASF I recebem, do Ministério da Saúde, R$ 20 mil para a instalação e mais R$ 20 mil mensais para o custeio dos Núcleos. A modalidade tipo II conta com R$ 6 mil para implantação e mais R$ 6 mil mensais para custeio. Os recursos são repassados do Fundo Nacional de Saúde para os fundos municipais de saúde.

Por Tinna Evangelista, da Agência Saúde – ASCOM/MS
(61) 3315-6257 / 3315-3580
Publicado originalmente por Ricardo Alexandre de Souza em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com

terça-feira, 5 de julho de 2011

Pare de fumar... ou morra tentando

Risk of serious adverse cardiovascular events associated with varenicline: a systematic review and meta-analysis

Revisão Sistemática e Meta-análise aponta Champix ligado a eventos cardiovasculares em pacientes previamente livres de doença cardiovascular.

A cessação do tabagismo com a droga vareniclina (Champix) se associa a um risco aumentado de eventos cardiovasculares adversos entre os fumantes livre de doença cardiovascular previamente, de acordo com uma meta-análise no Canadian Medical Association Journal.
Os pesquisadores analisaram dados de 14 ensaios clínicos comparando a vareniclina com placebo entre alguns 8.200 usuários de tabaco. Usuários de vareniclina apresentaram um risco 72% maior para qualquer evento adverso isquêmico ou arrítmico cardiovascular, em comparação com os usuários de placebo (risco absoluto: 1,06% contra 0,82%).
Os autores apontam que 10 pessoas teriam de ser tratadas com vareniclina para uma deixar de fumar, e estimam que 28 teriam de ser tratados para uma pessoa a experimentar um evento cardiovascular.
O autor do artigo disse ao New York Times que a vareniclina deve ser retirada das prateleiras. O FDA tinha advertido recentemente sobre aumento do risco cardiovascular em pacientes com doença cardiovascular existentes.

Stop smoking... or die trying

Resumo

Antecedentes: Há relatos pós-comercialização de eventos cardiovasculares adversos associados ao uso da vareniclina, uma droga amplamente utilizada na cessação do tabagismo. Foi realizada uma revisão sistemática e meta-análise de ensaios clínicos randomizados para determinar efeitos cardiovasculares adversos da vareniclina comparado com placebo entre os usuários do tabaco.

Métodos: Foram pesquisados ​​MEDLINE, EMBASE, Cochrane Database of Systematic Reviews, websites das autoridades reguladoras e registros de ensaios clínicos, sem data ou restrições de linguagem, até setembro de 2010 (atualizado Março de 2011) para estudos publicados e não publicados. Foram selecionados ensaios clínicos randomizados duplo-cego de duração mínima de uma semana, envolvendo fumantes ou pessoas que usam tabaco sem fumaça, que informassem sobre os eventos cardiovasculares (isquemia, arritmia, insuficiência cardíaca congestiva, morte súbita ou cardiovascular relacionada com a morte) como eventos adversos graves associados o uso da vareniclina.

Resultados: Foram analisados ​​dados de 14 ensaios clínicos randomizados controlados duplo-cegos envolvendo 8.216 participantes. Os ensaios variaram de duração entre 7-52 semanas. A vareniclina foi associado com um risco significativamente aumentado de eventos cardiovasculares adversos graves em comparação com o placebo (1,06% [52/4908] no grupo da Vareniclina vs 0,82% [27/3308] no grupo placebo; Peto odds ratio [OR] 1,72, 95 % intervalo de confiança [IC] 1,09-2,71; I2 = 0%). Os resultados de análises de sensibilidade foram consistentes com os da análise principal, e um gráfico de funil não mostrou viés de publicação. Houve muito poucas mortes para permitir comparações significativas da mortalidade.

Interpretação: A meta-análise levanta preocupações de segurança sobre o potencial de um risco aumentado de eventos cardiovasculares adversos graves associados ao uso da vareniclina entre os usuários do tabaco.


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Mamografia: individualizar por risco?

Personalizing Mammography by Breast Density and Other Risk Factors for Breast Cancer: Analysis of Health Benefits and Cost-Effectiveness

Com base na idade diretrizes para a freqüência de mamografia seria melhor substituídas por outras que levam mais fatores de risco em consideração, de acordo com um estudo publicado no Annals of Internal Medicine.
Pesquisadores utilizaram a distribuição de cancer nos EEUU e dados os resultados para realizar simulações analisar a relação custo-eficácia de estratégias de triagem vários. Com base em suas simulações, os autores concluem que a freqüência de triagem deve ser personalizadas com base na idade da mulher, a densidade da mama, história familiar e história de biópsia.
Ao tomar esses fatores em conta, por exemplo, uma mulher de 40 anos de idade, com densidade da mama baixa e sem outros fatores de risco não precisa ter uma triagem repetida até 50 anos de idade, altura em que, a triagem pode ocorrer a cada 3 a 4 anos . (Os resultados não se aplicam a mulheres com mutações BRCA1 ou 2.). Editorialistas dizem que "vários obstáculos permanecem" antes de aplicar tais abordagens clinicamente. Entre eles está a dificuldade de se comunicar claramente com os pacientes ao estabelecer horário das sessões individualizadas.



Resumo

Antecedentes: As diretrizes atuais recomendam a mamografia a cada 1 ou 2 anos a partir de 40 anos de idade ou 50 anos, independentemente do risco individual de câncer de mama.

Objetivo: estimar o custo-efetividade da mamografia por idade, densidade da mama, história de biópsia de mama, história familiar de câncer de mama, e intervalo de rastreio.

Design: micromodelo de Markov.
Fontes de dados: Vigilância, Epidemiologia e Resultados Finais do programa Breast Cancer Consortium Vigilance, e literatura médica.

População-alvo: mulheres com idade entre 40-49, 50-59, 60-69 e 70-79 anos com mamografia inicial com a idade de 40 anos e densidade da mama da Breast Imaging Reporting and Data System (BI-RADS) categorias 1-4.

Acompanhamento: Lifetime.


Intervenção: A mamografia anualmente, a cada dois anos, ou a cada 3 a 4 anos ou nenhuma mamografia.

Medidas de resultado: os custos por qualidade de vida ajustados por ano (QALY) adquirida e número de mulheres rastreadas mais de 10 anos para evitar uma morte por câncer de mama.

Resultados da Base de Dados de Análise de Caso: Custo mamografia bienal menos de US $ 100 000 por QALY ganho para as mulheres com idades entre 40 e 79 anos com BI-RADS categoria 3 ou 4 da densidade da mama ou de 50 a 69 anos, com densidade de categoria 2; mulheres com idade entre 60-79 anos, com densidade de categoria 1 e uma história familiar de câncer de mama ou de um anterior biópsia de mama, e todas as mulheres com idades entre 40 e 79 anos com os dois uma história familiar de câncer de mama e um peito de biópsia prévia, independentemente da densidade da mama. Custo mamografia bienal menos de US $ 50 000 por QALY ganho para as mulheres com idade entre 40 a 49 anos com a categoria 3 ou 4 da densidade da mama e quer uma anterior biópsia de mama ou história familiar de câncer de mama. Mamografia anual não era rentável para qualquer grupo, independentemente da idade ou densidade da mama.

Resultados da Análise de Sensibilidade: A mamografia é cara se a desutilidade de resultados falso-positivo da mamografia e os custos de detectar nonprogressive e não-letais de câncer invasivo são considerados.

Limitação: Os resultados não são aplicáveis ​​às transportadoras de mutações BRCA1 ou BRCA2.

Conclusão: screening de mamografia deve ser personalizadas com base na idade da mulher, a densidade da mama, história de biópsia de mama, história familiar de câncer de mama, e crenças sobre os potenciais benefícios e riscos de triagem.


Leia o abstract (livre acesso para quem tem Periódicos Capes):


Publicado originalmente por Leonardo C M Savassi