quarta-feira, 29 de julho de 2009

Síncope deve ser avaliada com medida da pressão

Yield of Diagnostic Tests in Evaluating Syncopal Episodes in Older Patients

A avaliação inicial de episódios de síncope deve ser a avaliação da pressão arterial postural, afirmam pesquisadores em estudo publicado no Archives of Internal Medicine, em artigo Livre Acesso.

Foram avaliados 2106 pacientes com 65 anos ou mais. À queixa de síncope, os exames mais realizados ou solicitados foram ECG, telemetria, enzimas cardíacas, exames de imagem e EEG. Dentre todos os exames, a medida da PA foi o exame que mais afetou o diagnóstico, conduta e determinou a etiologia, quando comparado aos demais, embora tenha sido realizada em apenas 38% das consultas.

O artigo aponta a importância da avaliação clínica bem feita sobre os exames complementares, demonstrando o uso irracional da tecnologia dura.

Acesse o artigo [htm] - [pdf]

Supradiagnósticos em mamografias

Overdiagnosis in publicly organised mammography screening programmes: systematic review of incidence trends

Revisão Sistemática de Livre Acesso publicado no British Medical Journal (BMJ) aponta supradiagnóstico (detecção de cânceres que não levam a óbito ou sintomas) de câncer de mama em programas de screening.

Os autores estimaram, através da meta-análise supradiagnóstico global de 52% (IC 95%= 46% - 58%), após a introdução de programas organizados de triagem.

Os dados foram estimados a partir de estudos relatados no Reino Unido, Manitoba/Canada; New South Wales/Australia; Suécia; e Regiões da Noruega.

Acesso ao artigo [htm] - [pdf]

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Auto-avaliação e doença cardiovascular

Abordar o indivíduo para suas necessidades de saúde, mesmo antes que ele tenha a morbidade detectada sempre foi um desafio. Uma das formas de se acessar isso é pela Auto-Avaliação em Saúde.

Estudo recente utilizando a auto-avaliação em saúde, mostrou que uma pior autoavaliação de saúde foi mais frequente em participantes com mais fatores de risco. Um estudo muito importante, com população brasileira e com detalhes sobre auto-avaliação. O objetivo desse estudo foi estimar a prevalência e a aglomeração de fatores de risco cardiovascular (hipertensão, tabagismo, inatividade física, uso excessivo de álcool, dieta inadequada e obesidade central) e investigar a sua associação com autoavaliação da saúde após ajuste por características sociodemográficas e diagnóstico médico de diabetes e doença isquêmica do coração.

Métodos. Participaram 9 211 brasileiros de 30 a 69 anos, residentes em 16 capitais, incluídos no Inquérito Domiciliar sobre Comportamentos de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, 2002–2003, um estudo transversal de base populacional realizado pelo Ministério da Saúde. A variável resposta foi o escore de aglomeração de fatores de risco cardiovascular, variando de zero a 3: nenhuma exposição ou exposição a 1, 2 e 3 ou mais fatores de risco. Os dados foram analisados por regressão logística multinomial, tendo como referência a categoria zero de fatores de risco cardiovascular, com e sem hipertensão.
Resultados. A prevalência dos fatores de risco, exceto uso de álcool, foi superior a 25%. A frequência de 2 ou mais fatores de risco foi de 47,49%; 17,91% dos participantes não apresentavam nenhum fator. A aglomeração de fatores de risco foi inversamente associada com renda e escolaridade e foi maior nas idades entre 50 e 59 anos, sem diferenças significativas entre os sexos. Uma pior autoavaliação de saúde foi mais frequente em participantes com mais fatores de risco. A inclusão da hipertensão no escore representou piora no perfil de risco com o aumento da idade e associação significativa com doença isquêmica do coração e diabetes referidos.
Conclusões. A elevada prevalência de fatores de risco cardiovascular em adultos brasileiros reforça a importância de políticas voltadas para a redução desses fatores. A associação entre pior percepção da saúde e maior número de fatores de risco cardiovascular chama a atenção para a importância, a abrangência e a complexidade desse marcador subjetivo de saúde em inquéritos populacionais e sugere que a autopercepção de uma saúde ruim não é suficiente para uma atitude saudável.

Veja o artigo aqui: http://journal.paho.org/index.php?a_ID=1341

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Mil pênis amputados a cada ano no país

Reportagem do Estado de Minas desta terça-feira.


São Paulo – Ao menos mil pênis são amputados por ano no Brasil em razão do câncer, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com base nos dados do DataSUS. A entidade iniciou ontem uma campanha de esclarecimento sobre a doença e a importância de o homem consultar um urologista em todas as fases da vida. Apesar de a maioria dos casos de tumor peniano se concentrar em São Paulo (24,26%), os especialistas dizem que muitas vítimas vêm das regiões Norte e Nordeste – que juntas respondem por mais de 50% dos registros. “Há mais casos em São Paulo por causa da migração e da facilidade de registro de doença aqui”, diz o urologista Marcelo Wroclawski, do Hospital Israelita Albert Einstein. A doença atinge principalmente homens acima de 40 anos (81,6%), de cor branca, de baixa renda e que não foram circuncidados. “É uma doença que não precisaria existir, uma das mais evitáveis do mundo. Ela praticamente não ocorre nos EUA e na Europa. Nossos números estão compatíveis com os de países da África, do Egito. É uma vergonha”, afirma o urologista Aguinaldo Nardi, coordenador de campanhas públicas da SBU. Os primeiros sintomas do câncer peniano são pequenas feridas que demoram muito para cicatrizar. “Toda lesão no pênis que não sara no prazo de 15 dias deve ser vista por um médico. Na fase inicial, o tratamento é muito simples, bastando tirar a lesão e o paciente fica curado”, explica Nardi. Nos casos mais avançados, o tumor pode evoluir atacando os canais linfáticos, o que pode ocasionar não só a amputação do pênis como também a dos membros inferiores. Há pelo menos três fatores que predispõem o homem a desenvolver esse tipo de câncer: a falta de uma boa higiene do órgão genital, a fimose (que dificulta a limpeza do pênis) e as doenças sexualmente transmissíveis, como o HPV. “A relação entre HPV e câncer de pênis ainda é bastante controversa. O que se sabe é que alguns pacientes que têm câncer de pênis também têm HPV”, diz Wroclawski. Segundo a literatura médica, de 30% a 50% dos casos de tumor são associados ao vírus. Segundo Nardi, outro projeto da SBU é treinar médicos do Programa de Saúde da Família e de postos de saúde a identificar o câncer peniano mais precocemente, além de multiplicar as medidas preventivas. “Os pais devem ensinar as crianças a higienizar o pênis. Os homens devem lavar o órgão diariamente e principalmente após relações sexuais.”

Link para o site do INCA: http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=338

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Navegando pelas ondas da "interneite" deparei-me com o site do PPD (Program in Policy Decision-Making). Lá encontrei um sítio com várias revisões sistemáticas para a tomada de decisão com vários artigos de acesso livre.
Confira em: http://www.researchtopolicy.ca/search/reviews.aspx
Para acessar o artigo contudo, um macete, as vezes é preciso corrigir o endereço no braço. Quando executar uma pesquisa e ela der errado, olhe o link na barra de endereços de seu browser e retire tudo o que vier antes do www.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Estratégias de melhoria da qualidade de gestão para a hipertensão: uma revisão sistemática.

Artigo de julho/06 mostra melhora da pressão arterial através de estratégias da melhoria da qualidade. Confira.

Estratégias de melhoria da qualidade de gestão para a hipertensão: uma revisão sistemática.

Walsh JM, McDonald KM, Shojania KG, Sundaram V, Nayak S, Lewis R, Owens DK, Goldstein MK.
Divisão de Clínica Geral, Departamento de Medicina da Universidade da Califórnia-São Francisco, San Francisco, CA, E.U.A..

TEMA: Cuidados permanecem subótimos para muitos pacientes com hipertensão arterial. OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia da estratégias de melhoria da qualidade (QI) de redução da pressão sanguínea. FONTES DE DADOS: MEDLINE, Cochrane bases de dados, bibliografias e artigos foram pesquisados para este estudo. SELEÇÃO ESTUDO: Ensaios, controlada antes, após estudos e avaliação de séries temporais interrompidas QI intervenções visando hipertensão, controle da pressão arterial e apresentação de relatórios desfechos foram estudados. DADOS DE EXTRAÇÃO: Dois Comentadores captaram dados de estratégias QI e classificaram em categorias: educação do cuidador, lembretes para o cuidador, retorno facilitado de informação clínica, educação do paciente, auto-gestão de lembretes para o paciente, auditoria e feedback, mudançana equipe, ou incentivos financeiros foram extraídos. RESULTADO: Quarenta e quatro artigos gerando em 57 comparações sofreram uma análise quantitativa. Pacientes no grupo da intervenção experimentaram reduções medianas na pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD), que foram 4,5 mm Hg (interquartil [IQR]: 1,5 a 11,0) e 2,1 mm Hg (IIQ: -0,2 a 5,0) superior a observada para pacientes controle. Mediana aumentou na percentagem de indivíduos que alcançaram metas para PAS e PAD foram 16,2% (IIQ: 10,3 a 32,2) e 6,0% (IIQ: 1,5 a 17,5), respectivamente. As intervenções, que incluiram estratégia QI de mudanças equipe foram associados como resultados as maiores reduções na pressão arterial. Todos os estudos que incluíram mudança de equipe houve atribuição de responsabilidades para um profissional de saúde que não seja médico do paciente. LIMITAÇÕES: Nem todas as estratégias QI foram avaliados de forma igual, o que limita o poder de comparar as diferenças de efeitos entre estratégias. CONCLUSÃO: Estratégias QI estão associadas com a melhoria hipertensão controle. Um enfoque sobre a hipertensão arterial por alguém para além de médico do paciente esteve associada com a melhoria substancial. Pesquisas futuras devem examinar as contribuições de QI estratégias individuais e custos relativos.

Confira o artigo original e gratuito em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16799359

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Controle moderado da Glicose pode ser melhor para Diabéticos com Insuficiência Cardíaca

Entre os indivíduos com diabetes e insuficiência cardíaca coexistentes, modesto controle glicêmico está relacionada com melhor sobrevida de dois anos, de acordo com um grande estudo observacional [1].
A pesquisa revelou uma relação em forma de U entre níveis de hemoglobina glicosilada (HbA1c) e risco de morte.
Nesta população de alto risco, como esperado, níveis elevados HbA1C foram relacionados com risco aumentado de morte, observam os autores. Mais importante ainda, o estudo também revelou que níveis de HbA1C normal ou próximo do normal (abaixo de 7,1%) são "um risco (hazard) inesperado", notam.
Embora estes achados precisem ser confirmados em um ensaio clínico controlado randomizado, "os dados sugerem que os clínicos devem ser cautelosos ao tratar pacientes diabéticos com IC e precisam ser mais conscientes dos potenciais efeitos adversos de hipoglicemia", o autor principal Dr. David Aguilar ( Baylor College of Medicine, Houston, TX) disse a Heartwire.
Em um comentário para a Heartwire, Dr. Kausik Ray (Universidade de Cambridge, Reino Unido), fez eco do fato de que mais pesquisas são necessárias, mas observou que o estudo lança luz sobre um grupo que não está bem estudada: indivíduos diabéticos com insuficiência cardíaca.
"Isso não muda a prática clínica, como as pessoas com objetivo para um HbA1C de cerca de 7%, mas sabemos que em alguns indivíduos, os idosos, os frágeis, iremos adotar metas menos exigentes e, talvez, entre os pacientes com insuficiência cardíaca que experimentam efeitos colaterais, podemos não almejar tão intensamente para metas mais baixas possíveis", disse ele.

Este estudo foi publicado em 28 de julho de 2009 no Journal of the American College of Cardiology.

Download slides

domingo, 19 de julho de 2009

A Dimensão do Silêncio

Expressando Humanismo na Medicina Cada Encontro.
Ami Schattner, MD Arch Intern Med. 2009; 169 (12) :1095-1099.

Comportamento Humanistico é considerado um componente essencial do profissional de cuidados médicos. No entanto, a evidência mostra que muitas vezes é negligenciado. Muitas barreiras à expressão da sensibilidade para o paciente e preocupações da empatia e compaixão no encontro na clínica pode ser identificado. Limitações de tempo, os problemas de continuidade dos cuidados, a aparência de fatores alienante entre pacientes e médicos, e do "currículo oculto" são apenas algumas de uma longa lista. Para superá-los, adoção da técnica de Captura mnemónica é sugerido. Inclui curiosidades sobre os aspectos pessoais do paciente, busca de algo que admiro, tentando ver as coisas a partir da perspectiva do paciente, Tocando e usando linguagem corporal para transmitir carinho, reagindo ao paciente, e Destacando os aspectos positivos e encorajadores para prestar suporte, resseguro, e esperança. Quatro breve exemplos são aqui apresentados para demonstrar que uma atitude calorosa, interessante, e de suporte pacientes podem ser regularmente aprovado com facilidade em qualquer configuração. Inclusão do aspecto humanístico em cada encontro médico-paciente acompanhada por várias das mudanças institucionais-educativos indicados podem alterar significativamente o cenário atual, não obstante limitações evidentes. Marcadas benefícios tanto para médicos e pacientes podem ser esperados, incluindo melhorias na satisfação dos pacientes, confiança e respeito, levando ao significativamente melhor "duro" dos resultados em saúde. Assim, sincero comportamento humanista pode se tornar uma parte integrante do encontro, corrigindo as deficiências atuais e recuperar o atraso com o surpreendente avanço da moderna biomedicina.

O artigo original e integral pode ser encontrado aqui:
http://archinte.ama-assn.org/cgi/content/full/169/12/1095

sábado, 18 de julho de 2009

Ausência

Com o Léo defendendo mestrado e eu acabando o que restou do meu, ficamos muito tempo longe. Estamos de volta, com a mesma direção de sempre.

Se quiserem algum artigo, diga-nos que damos um jeito. Gostaria de ver uma linha de pesquisa? Também podemos correr atrás.

Espero que estejam gostando do blog.

Abraços,

Ricardo Alexandre de Souza

Seguimento de cancer na APS versus ASS: revisão sistemática

Um artigo do Royal College of General Practitioners investigou as diferenças entre cancer tratado na ASS e APS, verificando se havia significação estatística.
Foram investigados 19 base de dados eletronicas. A revisão inclui estudos comparativos ou avaliações economicas do seguimento da APS ambulatorial e/ou hospitalar versus ASS convencional.

Os resultados não demonstraram diferenças significativamente para o bem-estar do paciente, taxa de recorrência, sobrevivência, eventos clinicos relacionado a recorrências graves, demora diagnóstica ou insatisfação do paciente.
Seguimento do cancer de mama pelo GP foi mais barata do que o seguimento na ASS. APS intensificada resultou em aumento da atenção domiciliar pela enfermagem e melhora das altas liderada pelo aumento do contato pelo GP.
A conclusão do trabalho mostra evidências fracas que o seguimento do câncer de mama na APS é efetivo. Intervenções aprimorando a comunicação entre o APS e a ASS podem aprimorar o involvimento do GP. Conclui ainda que o seguimento formal pode não aumentar a carga de trabalho do GP. Contudo, a qualidade da informação era fraca e nenhuma conclusão firme pode ser acessada.

O artigo pode ser acessado em:
http://www.ingentaconnect.com/content/rcgp/bjgp/2009/00000059/00000564/art00003

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Atenção Domiciliar por Enfermeiras Distritais e Médicos de Família: dificuldades e aproximações

Family physicians’ effort to stay in charge of the medical treatment when patients have home care by district nurses. A grounded theory study

Artigo publicado no BioMed Central (BMC) Family Practice. central de artigos de livre acesso, traz pesquisa qualitativa realizada acerca das dificuldades e aproximações entre Enfermeiras Distritais e Médicos de Família Suecos, no que concerne ao Home Care naquele país.

Através de entrevistas semi-estruturadas com 13 Médicos de Família, e utilizando a Grounded theory methodology (GTM) para análise, o artigo traz importantes considerações acerca da confiança entre estes profissionais, o trabalho em equipe, e como resultado principal, a dificuldade dos Médicos de Família manterem-se responsáveis pelo tratamento

Avaliados sob a ótica da Atenção Primária e suas funções, surgem três grandes dificuldades, a medida que as Enfermeiras Distritais se responsabilizam pelo cuidado e tomam para si as visitas domiciliares, enquanto os Médicos de Família tem menor disponibilidade para este cuidado: conseguir percepção/ conhecimento suficientes, tomar decisões adequadas e manter o tratamento médico apropriado.

Interessante para comparar as condições e relações de trabalho entre eles, em comparação à realidade nacional.

Acesso ao artigo [htm] - [pdf]

BMC Family Practice 2009, 10:45