sábado, 30 de abril de 2011

Premio da ENAP consagra Saúde da Família em 1º Lugar

Mais uma grande evidência da qualidade da Atenção Primária brasileira que vai de encontro ao desejo desesperado de flexibilização por parte de alguns gestores. Porque flexibilizar algo que já é comprovadamente superior e sequer foi implantado ainda (ESF atingiu 50% de cobertura, portanto, metade da população, recentemente, enquanto outros modelos perduraram por 2 ou 3 décadas e só recentemente deixaram de ser hegemônicos, e mesmo assim, ainda existem hibridamente com a ESF).

A Estratégia de Saúde da Família (ESF) ficou em primeiro lugar no 15º Concurso de Inovação na Gestão Pública Federal, entregue pelo Ministério do Planejamento e a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP). Nessa edição, mais de 140 projetos foram habilitados a concorrer, os dez vencedores recebem o selo Inovação, cursos e publicações da ENAP. A Estratégia de Saúde da Família como campeã em práticas inovadoras ganhou curso técnico no Japão. A diretora substituta do Departamento de Atenção Básica (DAB), a médica de Família Elizabeth Wartchow, apresentou a ESF durante o evento e quando soube da vitória disse que “O trabalho da equipe do DAB ao longo destes anos todos teve o esforço reconhecido. Este prêmio é um reconhecimento público do trabalho e do caminho que escolhemos, que é o caminho da saúde e do Sistema Único de Saúde (SUS)”.

Presente na Cerimônia o Secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Miranda Magalhães Júnior, comemorou o prêmio, “é um reconhecimento a mais a Estratégia Saúde da Família no Brasil, pelo seu caráter abrangente, inovador e eficiente. Tanto nos resultados em saúde, inclusão social, cidadania, quanto na eficiência no uso dos recursos públicos”. O Secretário lembrou ainda o rigor do concurso e que o primeiro lugar orgulha o Ministério da Saúde. “Esse prêmio tem que ser dedicado aos milhares de trabalhadores da Saúde da Família em todo país, que fazem do seu cotidiano uma oportunidade de saúde à população brasileira”, concluiu Helvécio, destacando que a atenção básica é uma prioridade para atual gestão.

As iniciativas inovadoras premiadas estão publicadas no livro desta edição e entram para o Banco de Soluções da ENAP, disponível no sítio www.enap.gov.br. O Ministério da Saúde teve outra iniciativa premiada: “Sistema de Controle Logístico de Medicamentos Antirretrovirais (Siclom)”, da Secretaria de Vigilância em Saúde. Desde o seu lançamento, em 1996, o concurso recebeu 1.426 inscrições válidas, e 311 foram premiadas. O objetivo é estimular a implementação de iniciativas inovadoras de gestão em organizações do governo federal, disseminá-las e valorizar servidores públicos que atuem de forma criativa em suas atividades.

As 10 iniciativas premiadas no 15º Concurso Inovação na Gestão:

1º A Estratégia de Saúde da Família
2º Agroamigo
3º Gestão de Condicionalidades e Acompanhamento das Famílias do Programa Bolsa Família
4º Programa Banda Larga nas Escolas
5º Portal de Periódicos da Capes
6º Agenda Social Registro Civil de Nascimento e Documentação Básica: Comitês Gestores da Agenda Social
7º Sistema de Controle Logístico de Medicamentos Antirretrovirais (Siclom)
8º Sistema de coleta on-line do Censo Escolar da Educação Básica (Educacenso)
9º Aposentadoria em 30 minutos
10º Projeto Pensando o Direito

Fonte: InfoDAB

Publicado originalmente por Leonardo C M Savassi em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com

Complementando o post abaixo: "Cardiologistas falam que o salário deles é alto, mas não tão alto assim". Uai, e os médicos de família então!?!?!

New York, NY - Cardiologistas-especialmente do sexo masculino, estão entre alguns dos médicos mais bem pagos os EUA, mas a maioria acredita que eles não estão devidamente reembolsados ​​por aquilo que fazem.
Esses números vêm de um Relatório de compensação Médico 2011 , com base num inquérito com mais de 15 000 médicos nos EUA realizado no início deste ano e compilada pelo Medscape [1].
Segundo os entrevistados, os cardiologistas estão entre os médicos mais bem pagos em 2010, após ortopedistas e radiologistas, com 60% dos cardiologistas dos relatórios que fizeram mais de US $ 300.000 e 20% dizendo que ganhou mais de $ 500 000. Os ganhos incluem salários, bônus e ganhos de participação nos lucros, mas não quaisquer ganhos não-relacionados aos pacientes, tais como pagamentos de consultoria / palestras ou serviços perito.
Em comparação, os pediatras, o pior pago, obteve um rendimento médio de US$ 148.000 em 2010, ligeiramente inferior ao dos médicos de atenção primária, com US $ 159.000.
Cardiologistas Femininos ganham salários significativamente mais baixos, em média, do que seus colegas do sexo masculino, uma mediana de 249 $ 000, comparado com US $ 340 000. O hiato de gênero parece estar relacionado às mulheres priorizando horários mais flexíveis sobre os vencimentos, para "permitir mais tempo de família", os resultados da pesquisa dizem. De notar que 80% dos médicos que responderam à pesquisa eram do sexo masculino.
Rendimentos medianos foram maiores nas áreas rurais e pequenas cidades e menor em áreas metropolitanas. Assim como, cardiologistas praticando como contratantes independentes ou como parte de um grupo multiespecialidade tendem a ganhar mais do que académico investigadores/empregados  e os cardiologistas em práticas solo. Surpreendentemente, cardiologistas eram mais propensos a dizer que era "justamente remunerados" se fossem empregados do que se trabalhou em consultório particular, mas mais de metade dos cardiologistas entrevistados disseram que sentiram que não foram devidamente pagos.
Mas, revelando uma desconexão entre dinheiro e felicidade, 75% dos cardiologistas disse, se for dada a oportunidade de escolher sua especialidade mais uma vez, eles escolheriam cardiologia, embora 16% completo, disse que, se pudesse voltar no tempo, eles não teriam escolheu uma carreira na medicina. Perguntado sobre o que outros campos que ia para, a maioria dos negócios da companhia ou de financiamento, seguido por pesquisa e educação. Um entrevistado cansado simplesmente disse que ele queria "processar o povo."


Realidade Brasileira

Faz-se necessário hoje mais do que nunca, uma carreira federal de médicos de família. Algo que possibilite uma remuneração justa e progressiva para aqueles profissionais que continuam a trabalhar na área. Se o salário inicial brasileiro para o médico de família pode ser um atrativo, depois de algum tempo torna-se inviável, principalmente ao comparar com outras especialidades.
 
Publicado originalmente por Ricardo Alexandre de Souza em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com

Médicos de APS nos EEUU - satisfação, salário e atividades

O site Medscape realizou pesquisa com médicos de Atenção Primária para determinar seus ganhos e como atuam. A pesquisa fez parte de um inquérito mais amplo, que incluiu:
• Levantamento em campo para 455 mil médicos nos EUA
• Total de inquiridos: 15.794 médicos nos EUA em 22 áreas de especialidade, dos quais 23% (3.633 respondentes) eram médicos da Atenção Primária (APS). Todos foram inclusos em um sorteio que pagaria U$ 50,00 para 100 médicos.
• Trabalho de campo realizado pela Medscape/ WebMD de 02/02/11 a 30/03/11.
• Os dados foram coletados através de um site online terceirizado para inquéritos.

Dados gerais da amostra
Cerca de dois terços eram do sexo masculino, feminino um terço. Quanto à situação de trabalho, os dois maiores grupos de entrevistados eram médicos empregados em hospitais e organizações de saúde e médicos nas práticas de grupo, quer única especialidade ou multi-especialidades. O tamanho do grupo predominante incluía 3-9 médicos.

Rendimentos em geral
Médicos da atenção primária abrangeram uma ampla gama de renda: quase 20% indicaram que ganham menos de US $ 100.000/ano enquanto 70% dos entrevistados ganham entre $ 100.000 e $ 250.000/ano. Internistas tem rendimento "ligeiramente maior" que o de os médicos de família. A escassez de médicos de APS estadunidenses aumentou a renda, apesar das baixas taxas de reembolso. Salários ou rendimentos médios e garantias oferecidas aos novos médicos de família e internistas aumentaram até cerca de13% nos últimos 5 anos anos.

Entre Médicos da APS, 52% afirmam que sua renda estava estável desde o ano anterior, cerca de 15% relataram um declínio nos lucros e 30% relatou o salário aumentou. Médicas recebem menos que os Médicos de Família (uma média de $170,000 para eles e $140,000 para elas). Os Médicos de APS, em comparação com outras especialidades, só não recebem tão mal quanto os pediatras nos EEUU.

Fonte: Medscape

Menos da metade dos médicos da APS estavam satisfeitos com sua remuneração. E eles têm razões para estas preocupações pois no sistema atual estadunidense consultas e coordenação de cuidados não são valorizadas como a realização de procedimentos. A mesma lógica de pagamento que ocorre na Saúde Suplementar Brasileira.

Rendimentos por local de atuação
Médicos que atuam em pequenas cidades ou áreas rurais, com uma população inferior a 25.000, ganham uma mediana de $ 164.119/ano enquanto médicos em grandes áreas metropolitanas ganham uma média de 150.000 dólares. As médias de remuneração também variam de acordo com a região do país (veja gráfico abaixo)

Fonte: Medscape.

Os maiores salários estadunidenses se relacionam ao ambiente de práticas de grupos de multiespecialidades (salário médio de U$ 175.000) e grupos de especialidade única (170.000 dólares). Médicos em prática solo, que trabalham em ambulatórios e postos de saúde, ou ainda empregados em ambientes acadêmicos, pesquisa e governo ganham consideravelmente menos. Dentre todas as especialidades, médicos de cuidados primários tinha os mais baixos percentuais de satisfação com a sua especialidade. Pouco menos da metade (48%) sentiram que era justa sua compensação.

Atuação
Cerca de 15% dos médicos de cuidados primários gastam menos de 30 horas por semana vendo pacientes. Uma porcentagem semelhante de médicos de cuidados primários passam mais de 50 horas por semana em assistência direta ao paciente.

Fonte: Medscape. Nota: IM = Medicina Interna, FM = Medicina de Família

Na atenção primária, a diferença de horas de trabalho entre médicos empregados e privados não é grande. Médicos de clínica privada tendem a trabalhar mais horas, mas não significativamente. Cerca de 21% dos médicos da APS têm 100-124 contatos com seus pacientes por semana. Médicos de família tendem a ver mais pacientes por semana do que internistas, embora a diferença não seja grande. Cerca de 41% dos médicos de cuidados primários ver entre 50 e 99 pacientes por semana. Estes números são consistentes entre os médicos de família e internistas.

Fonte: Medscape. Nota: IM = Medicina Interna, FM = Medicina de Família

A dedicação de tempo mais frequente para uma consulta é de 13 a 16 minutos, seguido por 17 a 20 minutos. Enquanto as visitas mais curtas são a norma em algumas especialidades, este não é o caso da atenção primária. Cerca de 20% dos médicos de APS dedica ao paciente atendimentos de 21 minutos ou mais. A quantidade de tempo gasto em cada visita do paciente difere pouco quanto ao local de prática. Internistas tendem a gastar mais tempo com os pacientes que os Médicos de Família, embora isto possa ser uma característica relacionada a horizontalidade e vínculo.

Fonte: Medscape. Nota: IM = Medicina Interna, FM = Medicina de Família

Os médicos em geral estão gastando cada vez mais tempo em tarefas administrativas e papelada (paper-work). Isto é verdade para a prática privada e médicos empregados, embora o tipo de administração e documentação sejam diferentes nas duas situações. Cerca de 32% dos médicos na prática privada gastam 10-14 horas em tarefas administrativas e de supervisão, enquanto apenas 22% dos médicos assalariados gastam esse tempo com tarefas deste tipo.

Satisfação
Apesar de todas as mudanças na área da saúde, a maioria dos médicos de cuidados primários não se arrepende de ser médico. Isso foi consistente para a medicina de família e medicina interna. No entanto, enquanto 42% dos médicos de cuidados primários escolheria a mesma especialidade, mais do que um terço deles escolheria uma especialidade diferente. Perto de metade iria selecionar o mesmo âmbito de prática. Negócios, direito e educação estão no topo da lista de opções de carreira que os médicos de cuidados primários poderia escolher se decidissem não ser médicos. Algumas escolhas foram mais distantes da medicina, como líder de turismo de aventuras, artista e esportista profissional.

Comparação com o Brasil
Há poucas diferenças no que se refere a horas de trabalho, com um número significativo de Médicos de APS trabalhando mais de 40 horas por semana, e também quanto a valorização da especialidade lá e aqui: o pagamento por procedimentos ocorre somente na Saúde Suplementar Brasileira, o que não significa que o Sistema Público seja melhor: ao não pagar por performance, o SUS privilegia o mau profissional, que recebe o mesmo que o bom profissional para trabalhar de maneira muitas vezes inadequada.

Em relação ao número de atendimentos, verifica-se uma média de 20 consultas/ dia em um âmbito geral de pagamento por consultas, e não por salário fixo. Isto pode ser reflexo da população de cobertura estadunidense, bem abaixo dos 4.000 habitantes/ equipe brasileiros (no papel). Há poucas diferenças em relação ao tempo de consultas, e nos EEUU o tempo dedicado é até maior do que nos países europeus (veja os slides 34-45 da apresentação a seguir).


Por fim, poucas inferências podem ser feitas a remuneração, tendo em vista as diferenças gritantes entre um sistema bismarckiano e outro beveridgiano. Em outras palavras: um sistema de Seguros Sociais de Saúde (EEUU) e outro de um Serviço Nacional de Saúde (SUS). Ainda assim, a remuneração média do Médico de Família estadunidense (cerca de U$ 160.000/ano) parece ser maior que a do brasileiro (Cerca de R$100.000/ ano [?] se considerarmos somente o salário da ESF), mesmo se considerarmos o poder de compra e a diferença no custo de vida.

Leia também:

Publicado originalmente por Leonardo C M Savassi em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Demandas judiciais de medicamentos [manual]

Indicadores de avaliação e monitoramento das demandas judiciais de medicamentos


Um manual de indicadores de avaliação e monitoramento das demandas judiciais de medicamentos foi lançado pela Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) para servir de base para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para o sistema de justiça brasileiro.

O intuito é criar as condições necessárias para a ação de gestores e profissionais da saúde e do direito, e assim favorecer a formulação de estratégias, instrumentos e mecanismos para a melhoria da assistência farmacêutica, bem como a redução da intensidade das ações judiciais. O manual está disponível para download na Biblioteca Multimídia da Ensp

Este manual estabeleceu 30 indicadores considerados essenciais para se compreender melhor a demanda de medicamentos por meio da justiça. O trabalho, que usou o Estado do Rio de Janeiro como modelo, gerou indicadores que poderão servir de base para que o SUS e o sistema de justiça possam realizar o monitoramento das ações judiciais e garantir o acesso da população a medicamentos de qualidade e com segurança.

O objetivo principal do projeto não é apenas identificar as dificuldades, mas também criar condições para ação de gestores e profissionais da saúde e do direito, favorecendo a formulação de estratégias, instrumentos e mecanismos para a melhoria da Assistência Farmacêutica e para a redução da intensidade das ações judiciais.

A proposta de metodologia de avaliação e monitoramento das demandas judiciais individuais de medicamentos no Brasil foi desenvolvida no âmbito do projeto "Judicialização e saúde pública: proposta de análise e monitoramento das demandas judiciais individuais para o acesso a medicamentos", coordenado pela pesquisadora do Centro Colaborador em Vigilância Sanitária (Cecovisa/Daps/ENSP), Vera Lúcia Edais Pepe, juntamente com a advogada Miriam Ventura e a farmacêutica Cláudia Osório, pesquisadora do Núcleo de Assistência Farmacêutica (NAF/ENSP).

Acesse o arquivo:



Publicado originalmente por Leonardo C M Savassi em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com

Treinamento de Habilidades Clínicas a Distância

Momento de descontração (talvez o primeiro desde que criamos o MFBR):

Treinamento de Habilidades Clínicas a Distância


Realmente, uma boa prática a distância.

Publicado originalmente por Leonardo Savassi em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com

terça-feira, 26 de abril de 2011

Juan Gérvaz - atividade clínica e qualidade em MFC

    "Aperitivo" para os leitores do Medicina de Família BR:
    Com a devida autorização do gentil Juan Gervas, o canal Youtube de Elson Farias (AGMFC) publicou a filmagem sem cortes ou edições da sua confêrencia realizada em Porto Alegre, que também foi autorizada para ser compartilhada e colocada em sites de interesse.

    “A atividade clínica e as possibilidades de trabalhar com qualidade em Medicina de Família e Comunidade”.
    (em espanhol)
    Dia 18/04/2011
    Local: Associação Médica do Rio grande do Sul – Porto Alegre/RS

    Parte 1:

    10:41 (nesta parte faltam a saudação incial e o começo da conferência)

    Parte 2:

    09:05

    Parte3:

    10:10

    Parte 4:

    23:34

A vinda de Juan Gervas e Mercedes Perez teve o apoio do Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Associação Gaúcha de Medicina de Família e Comunidade, Grupo Hospitalar Conceição e Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre;

    Primeira Jornada de Tópicos em Medicina de Família e Comunidade da AMMFC

    Dia 30 de abril e 01 de maio de 2011

    Juan Gérvaz deve comparecer ao evento como ouvinte e debatedor, Imperdível.

    Programação:

    dia 30/04/2011:

    08:00 - 12:00 horas - Mesa Redonda: O processo de trabalho do Médico de Família e Comunidade

    13:30 - 17:30 horas: Mesa Redonda: As visitas domiciliares na Atenção Primária à Saúde

    Dia 01/05/2011:

    08:00 - 12:00 horas: Mesa Redonda: O acolhimento ao usuário nas Unidades de Atenção Primária à Saúde

    12:00 – Assembléia Geral Ordinária da AMMFC

    Local: Unifenas Belo Horizonte - Unidade Líbano / CEASC

    Rua Líbano,66 – Bairro Itapoã – Belo Horizonte - MG



Publicado originalmente por Leonardo C M Savassi em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com
Créditos pela notícia: Elson Romeu Farias

sábado, 23 de abril de 2011

Quem trabalha muito... morre?

Using Additional Information on Working Hours to Predict Coronary Heart Disease
A Cohort Study

Ao estimar o risco dos pacientes para a doença cardíaca coronariana, avaliação do tempo de seu dia de trabalho acrescenta modestamente, mas de forma significativa a sensibilidade do escore de Framingham, segundo um artigo do Annals of Internal Medicine.

Usando uma coorte de cerca de 7000 funcionários públicos britânicos e sem doença coronariana aparente no início, os investigadores recolheram a informação para verificar os escores de risco de Framingham, bem como o número de horas trabalhadas em um dia típico.

O seguimento durou uma média de 12 anos. Após o ajuste para o escore de Framingham, os participantes trabalham 11 horas ou mais por dia tiveram um aumento de 67% de risco para doença coronariana, em comparação com aqueles que trabalham o normal de 7 ou 8 horas. Os autores advertem que "são necessários mais testes para confirmar o valor acrescentado de informação sobre as longas horas de trabalho para a tomada de decisão clínica."

Leia o abstract abaixo. Infelizmente o artigo não está disponível como livre acesso.

Annals of Internal Medicine (Free abstract)

Abstract

Background: Long working hours are associated with increased risk for coronary heart disease (CHD). Adding information on long hours to traditional risk factors for CHD may help to improve risk prediction for this condition. Objective: To examine whether information on long working hours improves the ability of the Framingham risk model to predict CHD in a low-risk, employed population. Design: Cohort study with baseline medical examination performed between 1991 and 1993 and prospective follow-up for incident CHD performed until 2004.

Setting: Civil service departments in London (the Whitehall II study). Participants: 7095 adults (2109 women and 4986 men) aged 39 to 62 years working full-time without CHD at baseline.

Measurements: Working hours and the Framingham risk score were measured at baseline. Coronary death and nonfatal myocardial infarction were ascertained from medical screenings every 5 years, hospital data, and registry linkage.

Results: 192 participants had incident CHD during a median 12.3-year follow-up. After adjustment for their Framingham risk score, participants working 11 hours or more per day had a 1.67-fold (95% CI, 1.10- to 2.55-fold) increased risk for CHD compared with participants working 7 to 8 hours per day. Adding working hours to the Framingham risk score led to a net reclassification improvement of 4.7% (P = 0.034) due to better identification of persons who later developed CHD (sensitivity gain).

Limitation: The findings may not be generalizable to populations with a larger proportion of high-risk persons and were not validated in an independent cohort.

Conclusion: Information on working hours may improve risk prediction of CHD on the basis of the Framingham risk score in low-risk, working populations.

Primary Funding Source: Medical Research Council; British Heart Foundation; Bupa Foundation; and the National Heart, Lung, and Blood Institute and National Institute on Aging of the National Institutes of Health.

http://www.annals.org/content/154/7/457.abstract

Publicado originalmente por Leonardo C M Savassi emhttp://medicinadefamiliabr.blogspot.com/

30/04 - Tópicos AMMFC - 6 pontos pela CNA - gratuito a sócios

Primeira Jornada de Tópicos em Medicina de Família e Comunidade da AMMFC

Dia 30 de abril e 01 de maio de 2011

EVENTO AVALIADO COM 6 PONTOS PARA MÉDICOS DE FAMÍLIA PELA COMISSÃO NACIONAL DE ACREDITAÇÃO

    Programação:

    dia 30/04/2011:

    08:00 - 12:00 horas - Mesa Redonda: O processo de trabalho do Médico de Família e Comunidade

    13:30 - 17:30 horas: Mesa Redonda: As visitas domiciliares na Atenção Primária à Saúde

    Dia 01/05/2011:

    08:00 - 12:00 horas: Mesa Redonda: O acolhimento ao usuário nas Unidades de Atenção Primária à Saúde

    12:00 – Assembléia Geral Ordinária da AMMFC

    Local: Unifenas Belo Horizonte - Unidade Líbano / CEASC

    Rua Líbano,66 – Bairro Itapoã – Belo Horizonte - MG


INCRIÇÕES GRATUITAS NO LOCAL PARA SÓCIOS QUITES COM A AMMFC

INSCRIÇÕES ANTECIPADAMENTE PELO EMAIL – minasfalavida@yahoo.com.br


Publicado originalmente por Leonardo C M Savassi em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Dosagem seriada de colesterol: há indicação?

por Leonardo Fontenelle, medico de família e comunidade, escreve para pacientes e profissionais no blog Doutor Leonardo

A dosagem sérica de colesterol costuma ser solicitada anualmente, mas estudos recentes mostraram que a maior parte das alterações de um ano para o outro são simplesmente falta de precisão, e não mudanças verdadeiras no perfil lipídico.

Glaziou e colaboradores (2008) [http://www.annals.org/content/148/9/656.short] estudaram a relação entre ruído e sinal no monitoramento da resposta laboratorial ao uso de pravastatina:

Introdução: O monitoramento do nível do colesterol é uma atividade clínica comum mas o intervalo ótimo de monitoramento é desconhecido, e a prática é variada.
Objetivo: Estimar, em pacientes recebendo medicação hipolipemiante, a variação na resposta inicial ao tratamento, a mudança a longo prazo a partir da resposta inicial, e a detectabilidade de alterações de longo prazo ("sinal") dada a variação intrapessoal de curto prazo ("ruído").
Metodologia: Análise de dados de colesterolemia no estudo LIPID (Long-Term Intervention with Pravastatin in Ischaemic Disease)
Contexto: Experimento aleatorizado, controlado com placebo, realizado na Austrália e na Nova Zelância (junho de 1990 a maio de 1997)
Pacientes: 9014 pacientes com antecedente de doença arterial coronariana que foram alocados aleatoriamente para receber pravastatina ou placebo.
Medidas: Concentrações de colesterol seriadas na randomização, 6 meses, 12 meses, e então anualmente até 5 anos.
Resultados: Tanto o grupo do placebo quanto o da pravastatina mostraram pequenos aumentos na variabilidade intrapessoal ao longo do tempo. O desvio-padrao intrapessoal estimado aumentou de 15mg/dL (coeficiente de variação: 7%) para 23 mg/dL (11%), mas demorou quase 4 anos para que a variação a longo prazo exceda a variação a curto prazo. Esse aumento lento na variação e o aumento modesto no nível médico do colesterol, cerca de 2% ao ano, sugerem que a maior parte da variabilidade no estudo é devida a variabilidade de curto prazo biológica e analítica. Nossos cálculos sugerem que, para pessoas com colesterol abaixo da meta em 19 mg/dL ou mais, o monitoramento deve encontrar mais resultados falso-positivos que verdadeiro-positivos por pelo menos 3 anos depois do tratamento ter sido iniciado.
Limitações: Os pacientes podem responder diferentemente a agentes outros além da pravastatina. Valores futuros para pacientes não aderentes foram imputados.
Conclusão: A proporção de sinal para ruído no monitoramento do nível de colesterol é fraca. O sinal de um pequeno aumento no nível de colesterol é difícil de detectar contra um fundo de variabilidade a curto prazo de 7%. Em exames anuais de rotina em pacientes que aderem ao tratamento, muitos aumentos aparentes no nível de colesterol podem ser falso-positivos. Independentemente da periodicidade das consultas ambulatoriais, o intervalo para monitoramento de pacientes que estão recebendo doses estáveis de tratamento hipolipemiante deve ser prolongado.

Takahashi e colaboradores (2010) [http://heart.bmj.com/content/96/6/448.abstract] chegaram a conclusões semelhantes, ao estudar pessoas que faziam o check-up sem usar qualquer estatina:
Objetivos: Estimar a variação de alteração verdadeira a longo-prazo ("sinal") e a variação intrapessoal a curto prazo ("ruído") de diferentes medidas lipídicas e avaliar a melhor medida e o intervalo ótimo para triagem do perfil lipídico.
Metodologia: Estudo de coorte retrospectiva de 2005 a 2008.
Contexto: Um programa de check-up médico em um centro de medicina preventiva em um hospital de ensino em Tóquio, Japão.
Participantes: 12810 adultos japoneses aparentemente saudáveis que não tomavam hipolipemiantes na linha de base, com um índice de massa corpórea de 22,5 kg/m2 (DPL 3,2).
Medicas principais de desfecho: Medida anual do colesterol total (CT), colesterol LDL, colesterol HDL, e o cálculo das proporções CT/HDL e LDL/HDL. Medida da proporção de variação de alteração verdadeira a longo-prazo ("sinal") para a variação intrapessoal de curto prazo ("ruído") para cada medida.
Resultados: Na linha de base, os participantes (53% homens) com uma idade média de 49 anos (faixa: 21 a 92) e uma média de nível de CT de 204,9 mg/dL (DP 34,8 mg/dL) tiveram check-ups ao longo de 4 anos. Os coeficientes de variação intrapessoais a curto prazo para CT, LDL, HDL, CT/HDL e LDL/HDL foram respectivamente 6,4%, 9,4%, 8,0%, 7.9% e 10.6%, respectively. A proporção de sinal para ruído em três anos foi maior para CT/HDL (1,6), seguida de LDL/HDL (1,5), LDL (0,99), CT (0,8) e HDL (0,7), sugerindo que as proporções de colesterol sejam mais sensíveis para medidas de triagem repetida.
Conclusão: As taxa de sinal para ruído de medidas lipídicas únicas padrão (CT, LDL e HDL) são fracas ao longo de 3 anos e decisões baseadas nessas medidas são potencialmente enganosas. As taxas CT/HDL e LDL/HDL parecem ser melhores medidas de monitoramento. O intervalo para uma nova triagem deve ser maior que 3 anos para quem não está usando medicamentos hipolipemiantes.

Esses estudos reforçam ainda mais a importância de recomendações como a do USPSTF [http://www.uspreventiveservicestaskforce.org/uspstf08/lipid/lipidrs.htm], que recomenda o rastreio de dislipidemia aproximadamente a cada 5 anos. Além disso, torna-se ainda mais importante solicitar um novo exame para confirmar o diagnóstico de dislipidemia, pois medidas seriadas, em média, se aproximam mais do valor real que medidas isoladas.


Visite o Blog de Leonardo Fontenelle:

Publicado originalmente por Leonardo Fontenelle em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Omelete sem culpa




Em artigo publicado na Public Health Nutrition em fevereiro deste ano, Scrafford e colegas corroboraram os resultados de outros estudos prévios: o ovo não é o vilão que se acreditava ser.


Os autores se utilizaram da base de dados de um grande estudo prospectivo realizado entre 1998 e 2000, nos Estados Unidos, e não encontraram associação entre o consumo alto de ovos (definido como igual ou superior a 7 por semana) e doenças arteriais coronarianas ou acidente vascular encefálico – comparando-se a pessoas que ingeriam menos de um ovo por semana.


Vale comentar a interessante opção deste tipo de estudo por avaliar desfechos orientados ao paciente (no caso, mortalidade pela condições citadas). Estudar, por exemplo, o impacto do consumo de ovo nas taxas de colesterol seria dar mais ênfase ao exame laboratorial, e não às pessoas. E ter um exame alterado não quer dizer estar doente.


Da qualquer forma, comemore com moderação: pode sempre surgir na semana que vem algum outro estudo que recoloque o ovo na lista dos inimigos públicos da saúde…


Enfim, segue o resumo traduzido do artigo:


Consumo de ovo e DAC e mortalidade por acidente vascular cerebral: um estudo prospectivo de adultos nos EUA.


Scrafford CG, NL Tran, LM Barraj, Mink PJ.


OBJETIVO: avaliar a relação entre o consumo de ovos e DAC e mortalidade por doenças cerebrovasculares usando o terceiro National Health and Nutrition Examination Survey 1988-1994 (NHANES III) e seu inquérito de acompanhamento.

PROJETO: Foi feita a análise de um estudo transversal com uma amostra probabilística estratificada de múltiplos estágios, ajustando para o projeto de pesquisa. Consumo de ovos foi obtido a partir do Food Frequency Questionnaire(FFQ) e separados em categorias de consumo de ovos.
Hazard ratio (HR) foram calculados para DAC e mortalidade por doenças cerebrovasculares, utilizando modelos de regressão multivariada de Cox.


LOCAL: Um inquérito de saúde e nutrição realizado nos EUA 1988-1994, com acompanhamento até 31 de dezembro de 2000.


ASSUNTO: A população estudada incluiu homens e mulheres que estavam livres de doenças cardiovasculares e tinham completado um QFA no início.


RESULTADOS: Modelos multivariados ajustados para a saúde, estilo de vida e fatores dietéticos indicam que o consumo de ovos 'alto' (≥ 7 vezes / semana versus <1 vez / semana) não foi significativamente associado a um aumento da mortalidade [HR= 1,13, 95% HR
CI 0,61 - 2,11 (homens); HR = 0,92, IC 95% 0,27 - 3,11 (mulheres)]. Houve uma associação estatisticamente significativa inversa entre o consumo de ovos 'alto' e mortalidade por doenças cerebrovasculares entre os homens (HR = 0,27, IC 95% 0,10, 0,73), mas a estimativa foi imprecisa à dispersão dos dados. Não se observou uma associação estatisticamente significativa e positiva entre o consumo de ovos 'alto' e doença arterial coronariana ou a mortalidade do AVC em análises restritas aos indivíduos com diabetes, mas estas análises podem ser limitadas devido ao pequeno número de diabéticos.


CONCLUSÕES: Não se encontrou uma associação positiva significativa entre o consumo de ovos e aumento do risco de mortalidade por doença coronária ou acidente vascular cerebral na população dos EUA. Estes resultados corroboram as conclusões de estudos anteriores.



Publicado originalmente por Gustavo Landsberg
em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com

sexta-feira, 15 de abril de 2011

SciELO no topo de ranking mundial

SciELO no topo de ranking mundial
Fonte: Agência Fapesp, 15/03/2011
Por Fabrício Marques
Pesquisa FAPESP – A biblioteca eletrônica SciELO Brasil foi classificada em 1º lugar no ranking mundial de portais de acesso aberto Webometrics, divulgado pelo laboratório Cybermetrics, grupo de pesquisa vinculado ao Conselho Superior de Pesquisas Científicas da Espanha.
Curiosamente, a SciELO Brasil não estava em primeiro lugar em nenhum dos quatro quesitos medidos no ranking: foi 2º tanto no item tamanho quanto no de presença no portal acadêmico Google Scholar, 3º em número de arquivos em formato pdf e 4º em visibilidade, que é a quantidade de links que remetem a páginas do portal. O somatório, contudo, rendeu-lhe a liderança.
“A consistência do SciELO prevaleceu sobre outros competidores”, disse Abel Packer, coordenador da biblioteca. A segunda posição coube ao portal HAL, do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França. Coleções SciELO de outros países também saíram-se bem no ranking, caso do Chile (6º lugar) e Cuba (12º). A biblioteca SciELO de Saúde Pública, sediada no Brasil, desponta na 9ª posição. Outro destaque brasileiro é a coleção Brasiliana, da USP, em 24º lugar.
A SciELO Brasil, sigla para Scientific Electronic Library Online, abrange uma coleção selecionada de 221 periódicos brasileiros, publicados em acesso aberto na internet. Criada em 1997, é um programa especial da FAPESP, em parceria com o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme) e com a participação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Atribui-se à biblioteca um papel importante na qualificação das revistas científicas brasileiras. Para ser admitido e depois se manter na coleção, cada periódico precisa cumprir uma série de exigências rígidas, em relação à qualidade de conteúdo, à originalidade das pesquisas, à regularidade da publicação, à revisão e aprovação por pares das contribuições publicadas e à existência de um comitê editorial de composição pública e heterogênea.
Para Abel Packer, o desempenho da biblioteca no Webometrics mostra o acerto da decisão da FAPESP e da Bireme de investir numa coleção de acesso aberto.
“O Webometrics é uma iniciativa que começa a adquirir relevância, com toda a complexidade que vem junto com metodologia e estratégias de hierarquizar o desempenho na internet. Ele utiliza um método que consegue avaliar produtos e serviços e sistemas que operam em acesso aberto na web, dividindo-os em repositórios e portais”, afirmou.
A conquista do SciELO deu-se na categoria portal. Já na categoria repositório, o primeiro lugar coube ao Social Science Research Network (SSRN). Um destaque brasileiro nesta categoria foi a Biblioteca Digital de Teses da Universidade de São Paulo, classificada em 14º lugar na lista de repositórios.
Criada em 2001, a biblioteca mantém acesso on-line de teses e dissertações defendidas na universidade para consulta ou download. Ainda neste ano, a USP deve alcançar a marca de 100 mil teses e dissertações defendidas, segundo a professora Sueli Mara Soares Pinto Ferreira, diretora técnica do Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBi) da USP.
De acordo com Sueli, a biblioteca de teses é apenas uma das frentes em que a USP está investindo para reunir sua produção científica e disponibilizá-la. “Estamos discutindo com a comunidade universitária uma política para definir uma conduta única e coesa entre os pesquisadores e, concomitantemente, estamos instalando um repositório institucional para reunir toda a produção da universidade, incluindo artigos científicos dos pesquisadores”, disse.
“No caso dos artigos, há questões de propriedade intelectual envolvidas, pois algumas revistas que os publicam são de acesso fechado e não permitem sua divulgação livre na internet, enquanto outras aceitam o depósito em repositório institucional, mas estabelecem um prazo de embargo até que seja liberado para divulgação livre na rede”, disse.
A proposta é que toda a produção acadêmica da USP seja depositada no repositório, sendo divulgada na medida em que os contratos com as revistas permitirem.
“Em síntese, o que está sendo discutido é a inserção da Universidade de São Paulo no movimento internacional do acesso aberto. Iniciamos com a abertura e acesso a texto completo das teses e dissertações aqui defendidas, depois passamos para as revistas científicas produzidas em diversas instâncias da universidade e, agora, estamos focando as diversas produções docentes e discentes. Obviamente que para a situação das teses/dissertações e revistas científicas tal adesão ao acesso aberto foi mais simples, pois envolviam apenas a universidade e a própria comunidade interna. Já no caso das demais tipologias documentais têm-se o envolvimento de terceiros, editores, casas publicadoras etc., o que exige maior cuidado e conscientização de todos os envolvidos”, afirmou.
Segundo ela, ampliar o acesso aberto à produção científica da USP via internet irá potencializar sua visibilidade e, em contrapartida, poderá aumentar a participação da universidade em rankings internacionais.
Ainda na categoria repositório do ranking Webometrics, a Biblioteca Digital Jurídica do Superior Tribunal de Justiça desponta na 12ª posição.

Publicado originalmente por Leonardo Savassi em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com

domingo, 10 de abril de 2011

No more excuses!





Este
post é para você que não pára de reclamar que trabalhar no PSF é difícil porque todos os dias vão as mesmas pessoas. Com as mesmas queixas. Com os mesmos problemas.

Para você que não aguenta mais trabalhar todas as mesmas 40 horas por semana (40 mesmo?).

Que acha a remuneração ruim...
Que se cansou de estar à mercê de gestores que nem sempre compreendem o seu trabalho.

Até mesmo para você que não sabe porque escolheu estudar medicina.

Este
post é sobre um artigo que publicaram na American Academy of Family Phisicians, com nada menos que 14 sugestões de práticas alternativas da medicina de família, a saber:

1.Médico de resort
2. Médico de prisão
3. Médico "ao ar livre" (de atenção domiciliar)
4. Diretor clínico

5. Médico temporário (locum tenens)
6.Legislador (requer ser eleito, diga-se de passagem)
7.Urgência (se você gosta de plantões)

8."Hospitalist" (tipo horizontal)

9.Administrador
10.Práticas focadas (?)

11.Saúde pública e epidemiologia

12.Pesquisa (boa sorte!)

13.Negócios privados: palestrante, consultor, trabalho autoral como escritor, por exemplo. Ou vendas de insumos ou softwares médicos.
14.Educação (eu apoio!)

Será???

Bom, se você quer dar aquela guinada na sua carreira, clique aqui para saber mais.

Um abraço!


G.


Publicado originalmente por Gustavo Landsberg em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com

sábado, 9 de abril de 2011

Postagens recentes em ESF/ MFC

Algumas postagens destacadas no Blog Saúde com Dilma que ampliam o debate para o SUS que queremos, para a APS que precisamos, e apontam caminhos para o futuro. Boa leitura!

1) O programa da Vênus e a caça ao SUS
por Leonardo C. M. Savassi, Presidente da Associação Médica de Betim, Professor da Universidade Federal de Ouro Preto, Colunista do Blog Saúde com Dilma.
Nesta postagem, também está inclusa a portaria que reafirma o limite de dois vínculos públicos para médicos no CNES.

2) SAÚDE DA FAMÍLIA: UMA ESTRATÉGIA NECESSÁRIA
por Ricardo Donato Rodrigues e Maria Inez Padula Anderson, Médicos de Família e Comunidade, professores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Uma postagem que debate a ESF como estratégia cientificamente embasada para a APS Brasileira.

3) Helvécio Magalhães fala sobre as estratégias do Ministério da Saúde na reorganização da Atenção Básica
Por Paulo Navarro de Moraes, médico residente em Medicina Preventiva e Social da UNICAMP e presidente da Associação dos Médicos Residentes do Estado de São Paulo (AMERESP). Sub-editor do Blog Saúde com Dilma.
Entrevista concedida ao Portal sobre redes de atenção (disponível também na OPAS).

4)A angústia de anunciar e denunciar o SUS
Por Paulo Navarro de Moraes, médico residente em Medicina Preventiva e Social da UNICAMP e presidente da Associação dos Médicos Residentes do Estado de São Paulo (AMERESP). Sub-editor do Blog Saúde com Dilma.
Comenta o conteúdo do Programa Globo Repórter.


Publicado originalmente por Leonardo C M Savassi em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Jovens viajantes internacionais e Sarampo nos EUA

Measles Imported by Returning U.S. Travelers Aged 6--23 Months, 2001--2011

O número anual de casos de sarampo importados por residentes nos EUA em 2011 preocupa as autoridades, pois ultrapassa os totais dos últimos anos. De acordo com Morbity and Mortality Weekly Report (MMWR), o Centers for Disease Control (CDC) relatou 13 casos de sarampo importados entre os residentes dos EUA em janeiro e fevereiro - aproximadamente o mesma para todos os meses de 2008 ou 2009.

A preocupação é que metade dos casos ocorreram em crianças com idades entre 6 e 23 meses, e ninguém havia sido vacinado contra o sarampo.

Uma nota editorial lembra que crianças de 12 meses e mais velhos que vão viajar internacionalmente devem receber duas doses de sarampo, caxumba e rubéola separadas por pelo menos 28 dias, se já não imunizados. Os viajantes internacionais entre as idades de 6 e 11 meses devem receber uma dose.

O artigo está disponível em:

MMWR

"A voz do CDC"


Reveja as diferentes doenças exantemáticas obrigatórias da infância (aula proferida por Leonardo Savassi na UFOP em 28/03/2011):






Mais apresentações de Leonardo Savassi



Para as pessoas que irão viajar para outros países, exceto aqueles situados no continente americano, o Ministério da Saúde recomenda a vacinação contra o sarampo, com a vacina tríplice viral. A vacina está disponível em unidades públicas de saúde de todos os Estados e Distrito Federal. O site da Anvisa tem um conteúdo interativo com mapas e regiões, que gera informações relevantes acerca de vacinações para viajantes. Acesse:





Um laboratório particular de vacinas também tem um site dinâmico com orientações gerais sobre viagem ao exterior.


Publicado originalmente por Leonardo Savassi em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com/

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O risco do uso indiscriminado do Escore de Framingham

Vendo e revendo a questão da recomendação ministerial do uso do escore de Framingham fiquei intrigado com a seguinte indagação: Pode um consenso voltado para um perfil populacional responder a anseios de outro perfil populacional?

O escore de Framingham leva em conta o perfil lipídico, perfil pressórico, etilismo, tabagismo e glicemia de jejum. Ele foi  criado a partir da Coorte da cidade homônima de Massachussets, nos EUA. Por isso mesmo, ele leva em consideração o perfil dessa cidade americana. Como sabido, estudo populacionais (Pizzichinni, 2005) faz-se necessário que haja uma validação de um protocolo de estudo quando se muda de um lugar para outro, não achei nada sobre isso nos textos do ministério da saúde. Hoje se preconiza a utilização do escore largamente mas não se faz nenhuma ressalva sobre as diferenças populacionais e já se começa a vê-lo como algo definitivo. É preciso cuidado!

Ter o escore de Framingham de 10% significa aumento das chances de desenvolver eventos cardiovasculares nos próximos 10 anos. Sendo que os eventos seriam "complexos" ou "severos" como infarto do miocárdio ou  evento coronariano.

De qualquer forma, apesar da colocação acima, como referência o escore é de bom.

Aqui, alguns links que trabalham o escore e calculam-no:
Teste o escore de Framingham
Texto do Ministério da Saúde sobre o escore de Framingham e sua utilidade
Artigo original sobre o escore

Publicado originalmente por Ricardo Alexandre de Souza em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com

terça-feira, 5 de abril de 2011

Consenso sobre hemorragias uterinas anormais

Envolto com um caso que a ginecologia me retornou, para que eu desse seguimento (eita!) lembrei-me deste bom consenso português. Ele cobre basicamente tudo e mais um pouco

Texto original: http://www.spginecologia.pt/uploads/metrorragias.pdf

Publicado originalmente por Ricardo Alexandre de Souza em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com

sábado, 2 de abril de 2011

Mais informação sobre o risco de diabetes com estatinas

Uma nova análise de três grande ensaios clínicos com atovarstatina, sugerem que o risco de incidência de diabetes pela uso de estatinas, parece ser dose dependente e relacionado com a força com que o colesterol foi reduzido por essa estatina (por excemplo: quanto mais poderosa a estatina maior o risco de desenvolver diabetes. Contudo, os pesquisadore insistem que o benefício ainda supera o risco. Vejam o texto completo a seguir.

More data on diabetes risk with statins

March 30, 2011 | Sue Hughes
San Francisco - A new analysis of three major trials with atorvastatin (Lipitor, Pfizer) has suggested that the risk of new-onset diabetes with statins appears to be dose dependent and related to the strength of cholesterol lowering achieved with the statin—ie, the more powerful the statin, the higher the risk of diabetes [1].
But the authors, as well as other experts, stress that the benefits of statin treatment still clearly outweigh the risks in patients with coronary or cerebrovascular disease.
This latest analysis, published in the April 5, 2011 issue of the Journal of the American College of Cardiology, was conducted by a team led by Dr David Waters (San Francisco General Hospital, CA).
He explained to heartwire that last year's meta-analysis of statin studies showed a small increase (HR 1.09) in new-onset diabetes in patients taking statins vs those on placebo. But other clinical predictors were not examined, and only one of the 13 trials in this analysis involved atorvastatin, compared with six with pravastatin and three with rosuvastatin (Crestor, AstraZeneca).
Waters et al wanted to look at the risk of diabetes specifically with atorvastatin, and they did this with data from three large studies—TNT (comparing 80 mg and 10 mg/day of atorvastatin in patients with stable coronary disease), IDEAL (atorvastatin 80 mg vs simvastatin 20 mg/day in post-MI patients) and SPARCL (atorvastatin 80 mg/day vs placebo in patients with a recent stroke or transient ischemic attack).
Results showed that atorvastatin 80 mg was associated with an increased risk of new-onset diabetes compared with placebo in the SPARCL study, and in the other two trials atorvastatin 80 mg was associated with a trend toward more diabetes than lower doses of either atorvastatin or simvastatin.
Frequency of new onset diabetes (%) in SPARCL, TNT, and IDEAL

TrialAtorvastatin 80 mg Control HR (95% CI) P
SPARCL 8.716.061.37 (1.08-1.75)0.011
TNT 9.248.111.10 (0.94-1.29)0.226
IDEAL 6.405.591.19 (0.98-1.43)0.072

Waters commented: "We verified what was seen in the Lancet meta-analysis. We found a small increase in risk of developing diabetes with atorvastatin vs placebo, and a trend toward a greater effect with higher doses or more powerful statins."
But he noted that they could also predict which patients would develop diabetes from traditional risk factors—fasting blood sugar, body-mass index, hypertension, and elevated triglycerides. "If patients had all four of these risk factors, they had a 25% risk of developing diabetes. If they had none of these risks factors, their risk was just 2%. That is not surprising, as we know these factors predict new onset diabetes."

"Not a big deal"
Waters told heartwire: "The biggest point I want to emphasize about this study is that patients should not stop taking statins because they are afraid of developing diabetes. I do not think this is a big deal. If they have a history of heart disease or stroke, statins will reduce their risk of a new event by a huge amount. Compared with their risk of a cardiovascular event, their risk of developing diabetes is paltry."
He continued: "I would advise patents to keep taking their statins and do other things to lower their risk of diabetes—lose weight, control blood pressure, and exercise. The risk of diabetes with these drugs is quite low—lower than with beta blockers, diuretics, niacin, and steroids."
In the paper, Waters et al note that the authors of the recent meta-analysis calculated that treating 255 patients with a statin for four years would induce one case of new-onset diabetes but would prevent 5.4 coronary deaths or MIs for each mmol/L reduction in LDL cholesterol. "This benefit would be greater if strokes and coronary revascularizations were included. The benefits of statin treatment thus far outweigh the risks, particularly because it is uncertain as to whether new-onset diabetes itself increases risk," they write.

"This will not alter my use of statins"
Commenting on the study for heartwire, Dr Roger Blumenthal (Johns Hopkins Medical Institute, Baltimore, MD) was not overly concerned about these latest results. "The important point to emphasize is that the event rate in persons with new-onset diabetes on atorvastatin was considerably less than those patients who had diabetes at the start of the trial and was essentially no different from those who did not develop diabetes during the trial. Similarly, those subjects in ALLHAT who developed diabetes on a thiazide did not experience a higher CVD event rate," he said. "I emphasize to patients that the benefits of statins far outweigh their risks. If patients do a better job at increasing their exercise and improving their exercise habits, their glucose levels likely will improve. This will not alter my use of statins," Blumenthal added.

Metabolic-syndrome patients need aggressive statin treatment
Dr William Boden (University at Buffalo Schools of Medicine and Public Health) also said he would not read too much into this study. "At most, there is an association—not causality—of high-dose atorvastatin and new-incident type 2 diabetes. To me, what really comes across is that the substrate for developing new-onset diabetes is the existence of metabolic syndrome."
Boden further pointed out that the NCEP ATP III guidelines advocate aggressive treatment with statins in patients with metabolic syndrome. "We usually seek to achieve the optional, more aggressive LDL target of <70 mg/dL in these patients. Thus, one would expect that more patients with metabolic syndrome would be treated with high-dose atorvastatin to achieve this more stringent LDL target. So, then, it shouldn't be surprising that there is an association between high-dose atorvastatin and the development of diabetes in these patients—because they are at much higher risk for developing diabetes in the first place."
He added: "All this means to me is that one needs to be vigilant for observing whether patients with metabolic syndrome go on to develop type 2 diabetes. Given the robust findings across multiple primary- and secondary-prevention trials of statins showing that these agents decrease death, MI, stroke, and vascular disease, I would strongly argue the net clinical benefit of statins in such patients far, far outweighs the <10% risk of developing diabetes, and such patients are even more compelling candidates for aggressive risk-factor control and intervention with aggressive statin therapy."
Waters has consulted for Anthera, Aegerion, Cortria, CSL, Genentech, Pfizer, and Roche; received honoraria from Bristol-Myers Squibb and Pfizer; participated in clinical trials sponsored by Biosante, Merck Schering-Plough, Pfizer, and Roche; and owns stock options in Anthera. Three of the coauthors are Pfizer employees.

Source
  1. Waters DD, Ho JE, DeMicco DA, et al. Predictors of new-onset diabetes in patients treated with atorvastatin. Results from 3 large randomized clinical trials. J Am Coll Cardiol 2011; 57:1535-1545. Publicado originalmente por Ricardo Alexandre de Souza em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com