Em artigo intitulado "Na opinião dos usuários, a Atenção Básica vai bem. Pórem…", Heider Aurélio Pinto - diretor do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde e médico especialista em saúde coletiva - analisou os resultados da Pesquisa de Avaliação dos Usuários sobre a Atenção Básica, feita pela Ouvidoria Geral do SUS (SEGEP/MS).
A pesquisa foi realizada no primeiro semestre de 2012 e investigou a satisfação com cidadãos usuários e "não usuários" do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto aos aspectos de acesso e qualidade percebida na atenção à saúde, mediante inquérito amostral.
Heider começa por discutir o que significa ser ou não usuário do SUS, tendo em vista que, pela amplitude dos serviços realizados no âmbito do SUS, todos são usuários do sistema. A referência a cidadãos usuários e "não usuários" diz respeito aos que tiveram contato com alguma atividade assistencial prestada pelo SUS.
Esse recorte, conforme mostra em seu artigo, permite enxergar que os "não usuários" do SUS tem uma avaliação pior sobre o sistema de saúde em relação àqueles que são efetivamente atendidos pelo SUS. E a diferença é atribuída, segundo o autor, a uma repetição do discurso corrente na grande mídia a respeito do atendimento prestado pelo SUS.
A pesquisa foi realizada pelo Departamento de Ouvidoria Geral do SUS (DOGES) e ouviu mais de 26 mil cidadãos acima de dezesseis anos em todo o país, que tinham ou não usado o SUS nos últimos 12 meses para vacinação, consultas, exames, atendimento de urgência, internação ou medicamentos. A amostra foi construída com o objetivo de avaliar a situação do país como um todo e de cada uma das capitais do Brasil e das cidades com mais de 500 mil habitantes.Essa avaliação do acesso e da satisfação da atenção básica na visão dos cidadãos brasileiros é a maior já realizada no país.
Essa pesquisa que tem a pretensão de ser periódica, visando contribuir para o acompanhamento e a evolução do acesso e da qualidade na atenção básica, além de traçar tendências e orientar a tomada de decisões futuras. Essa é a ideia da “ouvidoria ativa”, enfatizada pelo Ministro Alexandre Padilha como fundamental para a formulação e planejamento de políticas públicas.
O artigo foi publicado em três partes: Na primeira,
Heider Aurélio Pinto discute "Usuários e não usuários do SUS"; a seguir aborda o acesso, discutindo tempo de espera, distância percorrida pelos usuários para acessar uma unidade de saúde, dentre outras; por fim, analisa a satisfação de quem usou e quem não usou o SUS, especificamente abordando a satisfação com os profissionais e com os serviços, além da questão da prescrição de medicamentos e da relação da atenção básica com a rede de serviços.
Outras avaliações de acesso e satisfação já foram feitas, e esta avaliação "contribui para desfazer muitos mitos que de tanto se repetirem parecem ser verdade", afirma o diretor do DAB.
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Publicado originalmente por Leonardo Savassi
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