Os bloqueadores de canal de cálcio são metabolizados por uma fração do citocromo p450 que é inibida pela claritromicina, mas não é inibida pela azitromicina, que é outro macrolídio.
Em comparação aos idosos que receberam prescrição de azitromicina enquanto usavam bloqueador de canal de cálcio, os idosos que receberam prescrição de claritromicina enquanto usavam bloqueador de canal de cálcio tiveram maior risco de serem internados por lesão renal aguda, de serem internados por hipotensão arterial, e de morrem.
O efeito foi maior para os bloqueadores de canal de cálcio di-hidropiridínicos, como o nifedipino e o anlodipino. Este último, aliás, foi o bloqueador de canal de cálcio mais utilizado pelas pessoas incluídas no estudo.
Os autores calcularam não apenas a razão de risco ("risco relativo"), mas também o aumento absoluto de risco, do qual se pode derivar o NNH. Pelo que o estudo indica, prescrever claritromicina para idosos que usam bloqueadores de canal de cálcio parece causar a morte de uma pessoa a cada 230 prescrições, levando em consideração que existem alternativas de antibiótico.
Gandhi S, Fleet JL, Bailey DG, et al. Calcium-channel blocker–clarithromycin drug interactions and acute kidney injury. JAMA. 2013;310(23):2544–53. DOI: 10.1001/jama.2013.282426
Publicado originalmente por Leonardo Ferreira Fontenelle em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com
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