quinta-feira, 24 de março de 2011

Remédio pra galinha é veneno pro pato?

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Aplicabilidade em uma comunidade (validade externa) dos estudos de prevencão primária de hipercolesterolemia

Este estudo espanhol muito simples procurou comparar o perfil dos pacientes selecionados nos estudos de tratamento farmacológico da hipercolesterolemia para prevenção primária de eventos cardiovasclares e aqueles encontrados no dia a dia de um centro de saúde.

Objetivos Determinar o grau de semelhança dos grandes ensaios clínicos de prevenção primária da hipercolesterolemia com a nossa população de pacientes com dislipidemia para avaliar a sua aplicabilidade na população em geral e validade externa.

Desenho do estudo Estudo retrospectivo.

Local Centro de Saúde Tafalla (Navarra), com população de 11.500 habitantes.

Participantes Todos os pacientes dislipidêmicos, com mais de 18 anos e sem história de doença arterial coronariana do centro de saúde.

Métodos Selecionados pelo prontuário eletrônico pacientes com mais de 18 anos de idade com o diagnóstico diagnóstico de hiperlipidemia (código T93 CIAP-2), sem história prévia de infarto cardiovascular, doenças do miocárdio (K74 da ICPC) ou angina (K75 da ICPC) - candidatos, portanto, a prevenção primária.
Foram coletados diferentes dados sociodemográficas (idade, sexo, ano de nascimento, ano do diagnóstico de hiperlipidemia), clínicas (colesterol total, HDL, LDL, triglicérides), peso, altura, IMC, ou tratamento medicamentoso ou não para o colesterol e tipo de droga usada (sinvastatina, lovastatina, pravastatina, atorvastatina, fluvastatina, fibratos e outros).

Utilizados
os fatores de risco de acordos com os critérios do NCEP III (Tabela 1), sendo aqueles que neste momento são considerados mais importantes no que diz respeito à tomada de decisão clínica.


O banco de dados criado foi
então comparado com os critérios de inclusão utilizados em estudos de prevenção primária de doença isquêmica do coração na literatura descritos até o momento: LRC-CPPT (1984), HHS (1987), WOS COPS (1995), AFCAPS / TexCAPS (1998), HPS (2002),

A análise estatística foi realizada utilizando o
programa SPSS 10.

Resultados A porcentagem de pacientes da amostra que satisfazem os critérios de inclusão dos grandes estudos varia de 46-2,4%. O estudo AFCAPS / TexCAPS (1998) foi de 46,2%;no estudo HPS (2002), de 46,1%; no WOSCOPS (1995), de 10,9%; no estudo HHS (1987), 10,6% e no estudo LRC-CPPT (1984), 2,4%.


Conclusões Um grande número dos pacientes (97-54%) com dislipidemia não seriam incluídos nos estudos de hiperlipidemia e prevenção primária. Autores concluem que a validade externa (aplicabilidade) à população geral desses estudos é questionável, e que a tomada de decisão na prática clínica sobreprevenção primária em hipercolesterolemia deve basear-se na relação risco/benefício da introdução da droga.



Publicado originalmente por Gustavo Landsberg em
http://medicinadefamiliabr.blogspot.com

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