Adolescentes devem ser rotineiramente imunizados com a vacina quadrivalente meningocócica conjugada (MCV4) aos 11 ou 12 anos de idade e receber uma dose de reforço na idade de 16 anos, de acordo com diretrizes atualizadas da Academia Americana de Pediatria (AAP) segundo o policy statement publicado na edição impressa de dezembro do periódico Pediatrics.
No ano de 2005, o Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP) do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e a AAP desenvolveram recomendações para o uso de MCV4 com o objetivo de proteger os adolescentes, bem como jovens adultos com idades entre 16 a 21 anos, idades de taxas de pico de doença meningocócica.
Segundo a AAP, dados recentes sobre persistência de anticorpos e ocorrência de casos indicam avanços da doença, fazendo com que a recomendação para a administração de MCV4 aos 11 a 12 anos de idade não fornecem proteção por mais de 5 anos ou durante todo o período integral de maior risco. Depois de analisar as evidências sobre a imunogenicidade em grupos de alto risco, a persistência de anticorpos bactericidas após a vacinação, epidemiologia atual da doença meningocócica, MCV4, eficácia e custo-efetividade de diferentes estratégias para a vacinação de adolescentes, o ACIP e a AAP aprovaram as recomendações atualizadas:
- Adolescentes devem ser imunizados rotineiramente entre 11 e 12 anos de idade e receber uma dose de reforço aos 16 anos de idade.
- Adolescentes vacinados inicialmente com MCV4 entre 13 e 15 anos de idade devem receber uma dose de reforço aos 16-18 anos de idade, ou até cinco anos após a sua primeira dose.
- Adolescentes vacinados com MCV4 inicial em 16 anos de idade ou depois não precisa de uma dose de reforço.
- Pessoas com um alto risco de doença meningocócica invasiva deve receber uma série de 2 doses primárias com dois meses de intervalo.
Condições de alto risco incluem uma deficiência persistente de um componente do complemento (por exemplo, C5 - C9, properdina, fator H, ou fator D) em pessoas com idades entre 9 meses e 54 anos de idade, asplenia anatômica ou funcional em pessoas com idade entre 2 a 54 anos, e vírus da imunodeficiência humana (HIV) em adolescentes.
- Se a série de duas doses primária foi dada a partir de 2 a 6 anos de idade, uma dose de reforço deve ser dada três anos após a série primária.
- Uma dose de reforço deve ser dado a cada 5 anos para as pessoas cujos duas doses da série primária ou dose de reforço foi dado aos 7 anos de idade ou mais velhos que estão em risco para a doença meningocócica invasiva por causa da deficiência persistente complementar componente ou asplenia anatômica ou funcional.
Há dúvidas quanto a intercambialidade de produtos vacina meningocócica de diferentes fabricantes. Assim idealmente deve-se usar a mesma marca/ laboratório da vacina para a imunização. Se a marca anteriormente utilizada for desconhecida ou não estiver disponível, qualquer produto deve ser usado para continuar ou completar a série.
Acesse o artigo na íntegra (Livre Acesso):
Acesse a tabela de indicação de dosagens de MCV4 do artigo.
Veja ainda:
:: Esquema vacinal da AAP (EEUU) para crianças (0-6 anos)
:: Esquema vacinal da AAP (EEUU) para Adolescentes (7-18 anos)
:: Calendário Básico Brasileiro de Vacinação da Criança
:: Calendário Brasileiro de Vacinação do Adolescente
:: Calendário Brasileiro de Vacinação do Adulto e do Idoso
:: Calendário de Vacinação da População Indígena Brasileira
Leia o abstract do artigo a seguir:
ABSTRACTThe Advisory Committee on Immunization Practices of the Centers for Disease Control and Prevention and the American Academy of Pediatrics approved updated recommendations for the use of quadravalent (serogroups A, C, W-135, and Y) meningococcal conjugate vaccines (Menactra [Sanofi Pasteur, Swiftwater, PA] and Menveo [Novartis, Basel, Switzerland]) in adolescents and in people at persistent high risk of meningococcal disease. The recommendations supplement previous Advisory Committee on Immunization Practices and American Academy of Pediatrics recommendations for meningococcal vaccinations. Data were reviewed pertaining to immunogenicity in high-risk groups, bactericidal antibody persistence after immunization, current epidemiology of meningococcal disease, meningococcal conjugate vaccine effectiveness, and cost-effectiveness of different strategies for vaccination of adolescents. This review prompted the following recommendations: (1) adolescents should be routinely immunized at 11 through 12 years of age and given a booster dose at 16 years of age; (2) adolescents who received their first dose at age 13 through 15 years should receive a booster at age 16 through 18 years or up to 5 years after their first dose; (3) adolescents who receive their first dose of meningococcal conjugate vaccine at or after 16 years of age do not need a booster dose; (4) a 2-dose primary series should be administered 2 months apart for those who are at increased risk of invasive meningococcal disease because of persistent complement component (eg, C5–C9, properdin, factor H, or factor D) deficiency (9 months through 54 years of age) or functional or anatomic asplenia (2–54 years of age) and for adolescents with HIV infection; and (5) a booster dose should be given 3 years after the primary series if the primary 2-dose series was given from 2 through 6 years of age and every 5 years for persons whose 2-dose primary series or booster dose was given at 7 years of age or older who are at risk of invasive meningococcal disease because of persistent component (eg, C5–C9, properdin, factor H, or factor D) deficiency or functional or anatomic asplenia.
Boa tarde,
ResponderExcluirMinha filha fez 3 meses e a levei ao posto de vacinação para tomar as vacinas meningocócica e pneumocócica. O problema é que ela estava em tratamento com o medicamento PRELONE e eu não sabia que não podia dar a vacina. Um dia depois, na consulta pediátrica, é que a médica me falou; mas, aí eu já tinha dado.
Agora estou preocupada. Que tipo de problema minha filha pode ter?
Por favor, me ajudem!
Gabrielle,
ResponderExcluirO corticosteróide (PRELONE) tem dois inconvenientes: em primeiro lugar ele modula a resposta imune, e por isto pode reduzir a eficácia vacinal. No caso de vacinas com vírus vivos atenuados, o uso de corticosteróides aumenta o risco destes desenvolverem algum caso (via de regra brando) de infecções.
Vejamos o que diz uma revisão baseada em evidências sobre vacinação:
"A vacina antimeningocócica conjugada do grupo C está indicada na imunização ativa de crianças com mais de 2 meses, adolescentes e adultos para prevenção de doença invasiva causada por Neisseria meningitidis do sorogrupo C. Ela é segura para aplicação em crianças com doenças reumatológicas, inclusive naquelas que fazem uso de medicamentos imunossupressores [nota: por exemplo corticosteróides] e o esquema vacinal deve ser o mesmo das crianças saudáveis
(evidência D)" (Rev Bras Reumatol 2009;49(5):562-89)
Para pacientes em uso de corticóide em curta duração (geralmente em crises de asma, laringite, etc...) os riscos estão minimizados.
Sugerimos a você que, agora, observe seu bebê e procure sua pediatra em caso de quaisquer sintomas, que vão desde febre e sinais infecciosos, até a redução das mamadas.
Estas orientações não substituem a consulta ou o aconselhamento médicos nem eximem a necessidade de controle com médico assistente. Procure sua médica.
Muito obrigada, Dr. Leonardo,pela atenção e pelas informações prestadas.
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