OBJETIVOS: Vários testes de rastreamento de câncer têm sido defendidos para a população em geral; no entanto, médicos e pacientes nem sempre estão bem-informados dos ônus da triagem. Buscou-se determinar o risco cumulativo de um resultado falso-positivo da triagem e o consequente risco de um procedimento diagnóstico de um indivíduo que participe de um programa de rastreamento multimodal de câncer.O texto completo do artigo está disponível gratuitamente.
MÉTODOS: Os dados foram analisados a partir do grupo de intervenção do Prostate, Lung, Colorectal, and Ovarian (PLCO) Cancer Screening Trial, um estudo controlado randomizado para determinar os efeitos do rastreamento dos cânceres de próstata, pulmão, colorretal e ovário na mortalidade específica. Os 68.436 participantes, com idades entre 55 e 74 anos, foram randomizados para triagem ou cuidado usual. As mulheres receberam séries de testes sorológicos para detecção de CA-125, ultrassonografias transvaginais, radiografias torácicas ântero-posteriores, e retossigmoidoscopias flexíveis. Os homens receberam séries de radiografias, retossigmoidoscopias flexíveis, toques retais, e testes séricos de PSA. Foram possíveis 14 exames de rastreamento para cada sexo durante o período de triagem de 3 anos.
RESULTADOS: Depois de 14 testes, o risco cumulativo de ter pelo menos um resultado falso-positivo é de 60,4% (IC 95%, 59,8% a 61,0%) para os homens, e 48,8% (IC 95%, 48,1% a 49,4%) para as mulheres. O risco cumulativo após 14 testes de sofrer um procedimento diagnóstico invasivo motivado por um teste falso-positivo é de 28,5% (IC 95%, 27,8% a 29,3%) para homens e 22,1% (IC 95%, 21,4% a 22,7%) para as mulheres.
CONCLUSÕES: Para um indivíduo em um experimento de rastreamento multimodal de câncer, o risco de um achado falso-positivo é de cerca de 50% ou mais por volta do 14º teste. Os médicos devem educar os pacientes sobre a probabilidade de falsos positivos e as consequentes intervenções diagnósticas ao aconselhar sobre o rastreamento do câncer.
Publicado por Leonardo Fontenelle no Blog Medicina de Família Brasil
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