O que já se sabe sobre o assunto:
- A hipertensão é tradicionalmente diagnosticada após a medida da pressão arterial no consultório, mas a monitorização ambulatorial da pressão arterial de 24 horas (MAPA) e a monitorização residencial da pressão arterial (MRPA) se correlacionam melhor com os desfechos.
O que este estudo acrescenta:
- Comparadas à monitorização ambulatorial, nem as medidas no consultório nem em domicílio têm sensibilidade ou especificidade suficientes para serem recomendadas como teste diagnóstico único.
- Se a prevalência de hipertensão em uma população rastreada for de 30%, então um diagnóstico positivo por medida em consultório teria uma chance de apenas 56% de estar correto quando comparado à MAPA.
- O uso mais disseminado da MAPA para o diagnóstico de hipertensão pode resultar em tratamento melhor direcionado.
Como os próprios autores destacam, qualquer que fosse o padrão-ouro adotado, as outras duas técnicas teriam sensibilidade e especificidade decepcionantes. Ao contrário das outras técnicas, a MAPA é realizada em um único dia. Como o coeficiente de correlação é de apenas 0,70, isso torna o exame um padrão-ouro menos do que ideal.
Pelo jeito, o diagnóstico de hipertensão arterial não é plenamente confiável, o que deve ser levado em consideração na hora de estabeler as prioridades clínicas junto ao paciente.
Pena que a revisão sistemática não incluiu nenhum estudo com medidas de pressão arterial por auxiliares de enfermagem na antessala, como é tão comum no Brasil.
Publicado por Leonardo Fontenelle no Blog Medicina de Família
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