quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Tratamento sintomático das caimbras musculares

Assessment: Symptomatic treatment for muscle cramps (an evidence-based review)

Report of the Therapeutics and Technology Assessment Subcommittee of the American Academy of Neurology

Uma linha-guia da Academia Americana de Neurologia (AAN) sobre o tratamento sintomático das cãimbras musculares foi publicada no periódico Neurology.

Desde 2006, quando o Food and Drug Administration (FDA) alertou para o risco do uso de sulfato de quinina e seus derivados no tratamento de cãibras musculares, as opções de tratamento para pacientes com cãibras musculares se tornaram muito limitadas. Assim, a AAN realizou uma revisão sistemática das evidências cientíicas para o tratamento sintomático de cãibras musculares.

De 563 artigos analisados, 24 preencheram os critérios de inclusão (estudos prospectivos avaliando a eficácia do tratamento de cãibras musculares como desfecho primário ou secundário).
Foram recuperados estudos
Classe I demostrando a eficácia dos derivados da quinina para o tratamento de cãibras musculares, mas com benefício modesto e relato de efeitos adversos em estudos prospectivos e relatos de caso.

Para cada um dos seguintes tratamentos, há apenas um estudo de classe II para apoiar seu uso no tratamento das
cãibras musculares: Naftidrofuryl, vitaminas do complexo B, lidocaína e diltiazem.

Assim, a AAN recomenda:

1) Embora eficaz (Nível A), derivados do quinino deve ser evitados na abordagem das cãibras musculares devido ao potencial de toxicidade, restringindo-se seu uso para pacientes selecionados, levando-se em conta os potenciais efeitos colaterais
.
2) Vitaminas do complexo B, Naftidrofuryl, e bloqueadores dos canais de cálcio, como diltiazem possivelmente
são eficazes e podem ser considerados na abordagem das cãibras musculares (evidência nível C).
3)
Mais estudos são necessários para identificar agentes eficazes e seguros para o tratamento de cãibras musculares.

Trata-se de um artigo interessante para MFCs, que lidam diariamente com sinais e sintomas inespecíficos, sendo a cãimbra um deles, especialmente em doenças nas fases iniciais, ainda pouco diferenciadas. Lembrando que é importante ter em mente as possíveis causas secundárias destes sintomas, tais como doenças renais e da tireóide.

Acesso o artigo:
Neurology

II FÓRUM DE ATENÇÃO BÁSICA - MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE: GRADUAÇÃO, RESIDÊNCIA MÉDICA E PRECEPTORIA. 24 e 25 de Abril.













24 e 25 de Abril de 2010

Inscrições pelo mail:

forumprosaude2010@gmail.com

Taxa de inscrição: Isento

- Serão fornecidos certificados aos participantes.

Apenas 600 VAGAS.


Créditos pela divulgação:
Phelipe A. Calixto

Dir. Acadêmico da Associação Mineira de Medicina de Família e Comunidade
Coordenador Ac. do V Congresso Mineiro de Medicina de Família e Comunidade
Ac. do X Período do Curso de Medicina da Universidade Federal do Triângulo Mineiro

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Beta-2 agonistas de longa duração na asma: use somente com corticóide inalatório (FDA)

FDA Drug Safety Communication: New safety requirements for long-acting inhaled asthma medications called Long-Acting Beta-Agonists (LABAs)

A Food and Drug Administration (FDA) anunciou que os medicamentos da classe dos beta-agonistas de longa duração (LABAs) nunca devem ser usado isoladamente no tratamento da asma em crianças ou adultos. Os fabricantes serão obrigados a incluir este aviso nos rótulos de produtos destas drogas, juntamente com a tomada de outras medidas para reduzir a utilização global destes medicamentos.

Estes novos requisitos são baseados em análises da FDA dos ensaios clínicos, que demonstraram que o uso destes medicamentos a longo prazo está associado a um maior risco de piora dos sintomas de asma grave, levando à hospitalização de crianças e adultos e de morte em alguns pacientes com asma.

As drogas envolvidas incluem os produtos de agente único (no Brasil são bem conhecidos o Serevent e Foradil), e medicamentos combinados (Advair e Symbicort) que também contêm corticosteróides inalados.
Estes medicamentos agem melhorando a capacidade do paciente respirar e reduzindo os sintomas de asma, relaxando a musculatura das vias aéreas.

O FDA irá agora exigir que os rótulos dos produtos contenham a seguinte informação:

* O uso de
beta-agonistas de longa duração (LABAs) é contra-indicado isoladamente, ou seja, sem o uso de medicação controladora da asma, tal como corticosteróides inalados. Agentes contendo somente LABAs só devem ser utilizados em associação com uma medicação controladora da asma, nunca sozinho;
* LABAs só devem ser utilizados a longo prazo em pacientes cuja asma não pode ser adequadamente controlada somente com medicamentos controladores;
* LABAs devem ser usados durante o menor período de tempo necessário para conseguir o controle dos sintomas da asma e descontinuados, se possível, uma vez que o controle da asma seja alcançado. Os pacientes devem ser mantidos com medicação controladora da asma.
* Crianças e adolescentes que necessitem de um LABA além de um corticosteróide inalado deve usar uma combinação de produtos que contenham simultaneamente um corticosteróide inalado e um LABA para garantir a conformidade com os dois medicamentos.

Acesse as recomendações do FDA:
FDA, U S Food and Drug Administration

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Surto de Caxumba nos EEUU e estado vacinal.

Update: Mumps Outbreak --- New York and New Jersey, June 2009--January 2010

Informe do Morbidity and Mortality Weekly Report (MMWR) acerca de surto de caxumba nos EEUU, iniciado em um acampamento de verão de tradição judaica para meninos que persistiu, afetando mais de 1.500 pacientes em Nova York e Nova Jersey, a partir do final de Janeiro.

Entre os pacientes cujo estado vacinal é conhecido, 75% receberam as duas doses recomendadas da vacina contra caxumba, de acordo com o MMWR. Menos de 3% dos pacientes vêm de fora da comunidade com tradição de observar. No mês passado, Orange County, Nova York começaram a oferecer uma terceira dose da MMR (sarampo, caxumba e rubéola nas escolas onde as taxas de transmissão manteve-se elevada, apesar da boa cobertura vacinal.

Os
editorialistas do MMWR comentam que o componente da caxumba da vacina MMR varia em eficácia de 79% para 95% após duas doses. E concluem que o evento "ressalta que os surtos de caxumba pode ocorrer em populações altamente vacinados."

Acesse o MMWR:




Um guia ético para a relação médico-paciente-cuidador

Family Caregivers, Patients and Physicians: Ethical Guidance to Optimize Relationships

Lançado pelo Ethics, Professionalism and Human Rights Committee do American College of Physicians (ACP), este "Position Paper 2009" traz a discussão acerca dos desafios éticos da parceria com pacientes e cuidadores familiares e preservação da relação médico-paciente. O American College of Physicians, juntamente com dez profissionais de outras sociedades profissionais desenvolveu este guideline para médicos que desenvolvem relações médico-paciente-cuidador com o viés ético da relação.

No ano de 2006, cuidadores se responsabilizaram por 90% de pacientes com doenças agudas, crônicas e déficits mentais, correspondendo a um universo de 30 a 38 milhões nos EEUU. Eles necessitam de informações, acesso a recursos e suporte para realizar o seu papel, que é ampliado pelo reconhecimento do médico, e pelo suporte físico, psicológico, espiricual e emocional.

O guia traz discussões acerca dos seguintes preceitos:

- Respeito pela dignidade do paciente: os direitos e valores devem nortear todas as interações médico-paciente-cuidador.
Os encontros devem ser
centrados no paciente, permitindo a máxima e adequada autonomia do paciente e da participação na tomada de decisões.
O médico deve avaliar rotineiramente os desejos do paciente quanto à natureza e grau de participação do cuidador no encontro clínico esforçando-se para fornecer a nível desejado de privacidade do paciente.

- Acessibilidade ao médico e excelência da comunicação são fundamentais para apoiar
o paciente e cuidador familiar.
O médico deve se esforçar para assegurar que o paciente, cuidador familiar e outros membros da família têm um entendimento comum e preciso do estado do paciente e prognóstico.
Os médicos devem incentivar a discussão de valores do paciente, cuidados de saúde e planejamento prévio, para que o cuidador familiar e o médico tenham uma clara compreensão dos desejos do paciente.

- O médico deve reconhecer o valor de cuidadores familiares como uma fonte de continuidade em relação ao histórico médico e psicossocial do paciente e facilitar a transição intelectual e emocional para o estágio final de doença crônica grave.
O médico deve rotineiramente validar o papel do cuidador familiar e ser sensível a compromissos específicos que o cuidador possa ter feito a respeito de como ele ou ela vai gerenciar o cuidado do paciente.

Os médicos devem desenvolver planos de cuidados que são específicos do paciente e cuidador-específicas e fornecer informações, formação e encaminhamentos para apoiar estes planos.
O médico deve estar alerta para sinais de perigo no cuidador familiar e propor encaminhamentos adequados.

Os médicos devem reconhecer que os cuidadores geograficamente distantes podem enfrentar desafios únicos.
O médico deve definir um plano de cuidados paliativos que se concentra na maximização do paciente e qualidade de vida do cuidador.

O médico deve acompanhar cuidadores familiares em casos de urgência devido a problemas de perda durante o período que antecedeu e após a morte do paciente.

- Quando o cuidador for um profissional de saúde, o médico deve estabelecer limites adequados para garantir que o cuidador não é cobrado em função de sua capacidade profissional em relação ao paciente e que o cuidador receber o apoio adequado, referências e serviços.

O guideline foi publicado dentro do website da ACP:


Há ainda um apêndice acerca de fontes de informação para médicos que acompanham cuidadores:


Fonte:

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Guidelines para dor lombar: MFCs não seguem.

Low Back Pain and Best Practice Care
A Survey of General Practice Physicians

(Ou... guideline isolado não muda a prática)


Artigo do Archieves of Internal Medicine sobre Dor lombar, com o objetivo de descrever os cuidados habituais fornecidos pelos Médicos de Família (GPs), e comparar com as recomendações internacionais de boas práticas em Medicina Baseada em Evidência para a gestão de dor lombalgia aguda.

Os autores avaliaram consultas aos GPs por novo episódio de lombalgia, mapeadas para as principais recomendações de diretrizes de tratamento. Avaliou-se a proporção em que o cuidado ao paciente pelo GP alinhou-se com essas recomendações-chave entre 2005 e 2008 e, separadamente, para o período anterior ao lançamento da orientação local em 2004 (2001-2004).

Embora as diretrizes desencorajem, mais de um quarto dos pacientes foram encaminhados para exames complementares de imagem. As diretrizes recomendam que o atendimento inicial deve concentrar-se em orientações e analgésicos simples, mas apenas 20,5% e 17,7% dos pacientes receberam esses tratamentos, respectivamente. Em vez disso, os analgésicos foram desde anti-inflamatórios não esteróides (37,4%) a opiáceos (19,6%). Este padrão de cuidado foi o mesmo nos períodos antes e depois do lançamento da orientação local.

Os autores concluem que o cuidado fornecido pelo GPs para lombalgia não corresponde ao preconizado em guidelines internacionais e que esta situação não melhorou ao longo do tempo. O cuidado atualmente prestado pode contribuir para os elevados custos da gestão da lombalgia, e alguns aspectos do atendimento prestado apresentam um risco maior de efeitos adversos.


Lembrem-se que os teóricos da ensinagem de adultos preconizam que guidelines devem ser elaborados conjuntamente com quem os aplicará, para que possam se sentir inclusos no processo e assim passar a segui-los.

Livre acesso ao artigo:

Arch Intern Med

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Concurso público 1200 vagas - Fundação Estatal Saúde da Família da Bahia.


Concurso público para 1200 vagas na Fundação Estatal Saúde da Família da Bahia.

A remuneração média mensal com gratificações e prêmios varia para o nível médio entre R$1.440,83 e R$1.823,44. Para o nível superior entre R$2.636,07 e R$10.654,24. O vínculo de trabalho é pela CLT.

As vagas para a Estratégia Saúde da Família serão para diversos municípios e regiões da Bahia e as vagas para o quadro administrativo serão para Salvador-BA.

O edital está disponível no site www.aocp.com.br


Créditos:

Tadeu Tramontini
(Via lista da SBMFC)

Alessandra Martins dos Reis
Diretora de Gestão da Educação e do Trabalho em Saúde
Fundação Estatal Saúde da Família

Pós-graduação Antroposofia na Saúde

Pós-graduação "Antroposofia na Saúde" (folder anexo)

Informações podem ser obtidas pelo tel. (15) 3212 4404.

Início das aulas está programado para dia 27 de fevereiro de 2010.

Responsável pela notícia:
Ana Amélia Corrêa Maia

Lucas Terapeuticum Desenvolvimento Humano

Créditos:
Adalberto Guido

Mateus Casanova dos Santos

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

25 passos para o exame clínico

Stanford 25: Fundamental, Technique-Dependent Physical Diagnosis Skills
Stanford Initiative in Bedside Medicine
25 itens relacionados ao exame fisico que, segundo a Stanford, todo médico deveria saber:
1. Exame de fundo de olho
2. Exame pupilar e anatomia do olho
3. Técnica de exame da tireóide
4. Exame das veias do pescoço / JVD para níveis (volume) e formas comuns de ondas anormais, regurgitação tricúspide (ventricularização de ondas 'v' ); ondas 'a' em canhão, etc
5. Pulmão: anatomia de superfície, técnica de percussão, palpação da borda superior da anatomia do fígado, encontrando espaço de Traube
6. Avaliação de PMI, alçada paraesternal, e outros movimentos precordial
7. Exame do fígado
8. Palpação, percussão do baço
9. Avaliação de anormalidades de marcha comuns
10. O empurrão do tornozelo: se for realizada em um paciente em decúbito, é preciso usar a técnica correta para cada um dos reflexos.
11. Sinais de doença hepática dos pés à cabeça: ser capaz de listar, identificar e demonstrar
12. Infarto capsular interno: lista, identificar e demonstrar os achados físicos comuns
13. Exame do joelho
14. Bulhas: segunda bulha, sopro amplo e sopro paradoxal
15. Avaliação dos movimentos involuntários como tremores, etc
16. Diagnóstico da mão: reconhecer baqueteamento, cianose, achados pregueais comuns
17. Diagnóstico da língua
18. Exame de ombro (especificamente testes lesões do manguito rotator, conjunto AC, etc)
19. A avaliação da pressão sanguínea
20. Linfonodos cervicais
21. Detecção de ascite padrões venosos abdominais
22. Exame Retal
23. Avaliação da massa escrotal - diferencial entre a massa, hidrocele varicocele, espermatocele, testicular, etc
24. Teste Cerebelar
25. Ultra-som de cabeceira
Stanford School of Medicine
Créditos: Gustavo Gusso
(Na lista da SBMFC)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Relatório do encontro dos PRMs em MFC (Betim, 29/01/2010)


















Aulas e Relatório disponibilizados online
Foram postadas no sítio da RMMFC Betim as aulas apresentadas em 29 de janeiro de 2010, e o relatório do encontro das residências médicas em Medicina de Família e Comunidade, ocorrido na Diretoria de Educação na Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Betim.

O material está disponível em http://sites.google.com/site/rmmfcbetim/encontro-prm-mfc.

O próximo encontro dos programas de residência está marcado para o dia 30 de Abril, sob os anfitriões do HC/ UFMG. E um novo encontro deverá ocorrer no V Congresso Mineiro de MFC em Uberaba

Leonardo Savassi
Coordenador do PRM MFC HPRB

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

"Migranea" em população rural cubana

Migraña: características clínicas y discapacidad en una población rural cubana

Estudo na Rev Neuro (Espanha) traz as características clínicas de migranea em uma população rural cubana. Não é um estudo comparativo com população urbana, mas demonstra uma alta proporção de incapacidade neste grupo.

61 participantes foram diagnosticados com enxaqueca, uma prevalência de 16,9%. A prevalência no sexo feminino foi de 24,3% e no sexo masculino de 7,1% .

Enxaqueca crônica foi a mais freqüente, com 25 casos (prevalência: 6,9%), seguido de enxaqueca sem aura, com 18 diagnósticos (prevalência: 5%
).


A freqüência de dor de cabeça e sua duração
foram maiores no sexo feminino . 24,6% sofreram de enxaqueca incapacidade mínima, e 39,3%, deficiência moderada.

Foram associados com maior grau de incapacidade entre as mulheres, a duração da doença, freqüência de dores de cabeça (últimos três meses) , duração da dor de cabeça e enxaqueca crônica.

Para ler o artigo, é necessário se inscrever (gratuitamente) em www.neurologia.com.

Acesse:



Para saber mais sobre Medicina Rural acesse:

BLOG MEDICINA RURAL
Minha foto