Pesquisadores do Canadá publicaram nas páginas eletrônicas da Healthc Policy de agosto uma avalialçai de dois serviços de atenção primária quanto a atendimentos "out-of-hours" (fora de hora) e seu impacto na procura por serviços de emergência.
Este estudo explorou quais características organizacionais dos serviços de atenção primária fornecidos pela área de residência em duas regiões do Quebec estão relacionados ao desfecho de procura a um departamento da emergência (PA), entre os idosos alta hospitalar.
Através de um banco de dados estadual administrativo e com base numa amostra de idosos que fizeram uma consulta ao PA e os seus resultados de 30 dias foram relacionados, de acordo com a área de residência, com dados de um levantamento de informantes-chave das clínicas de cuidados primários.
As medidas de características organizacionais incluíram três escalas derivadas da análise de componentes principais e, teoricamente, um derivado da pontuação global que mede o grau de conformidade com as características do ideal emergentes modelos de atenção primária. As sete medidas extraídos do questionário foram:
1. disponibilidade de serviços walk-in durante a semana e as noites da semana
2. disponibilidade de serviços noturnos
3. proporção de consultas de clínicas walk-in
4. disponibilidade de assistência médica ou de enfermagem no domicílio
5. Disponibilidade de gestão de casos crônicos
6. disponibilidade de uma enfermeira na clínica
7. se a continuidade ou a acessibilidade é priorizada na clínica
Além deles, o número de médicos trabalhando em tempo integral na clínica de APS (no mínimo 26 horas por semana, como média dos profissionais).
Foi realizada uma análise multivariada, ajustando para as características do paciente. Os pacientes que vivem em áreas no quartil mais baixo para o escore global de organização da APS tiveram maiores taxas de retorno ao PA sem internação.
Modelos organizacionais emergentes da atenção primária ao longo das linhas atualmente praticadas no Quebec podem ajudar a reduzir a carga crescente de cuidados de idosos em PAs. Os autores concluíram que "o desenvolvimento de modelos organizacionais da atenção primária, que oferecem um equilíbrio de atributos desejados (por exemplo, a integralidade, longitudinalidade, acessibilidade) pode ajudar a reduzir o peso crescente dos cuidados de ED dos idosos, enquanto políticas que favorecem os aspectos individuais (por exemplo, acessibilidade em vez de longitudinalidade) não pode ter esse efeito.
Acesso ao artigo:
Artigo: Primary Care Organization and Outcomes of an Emergency Visit among Seniors.
McCusker J, Roberge D, Ciampi A, Lévesque JF, Pineault R, Belzile E, Larouche D.
Healthc Policy. 2009 Aug;5(1):e115-31.
PMID: 20676243 [PubMed - in process] Free PMC Article Free text
McCusker J, Roberge D, Ciampi A, Lévesque JF, Pineault R, Belzile E, Larouche D.
Healthc Policy. 2009 Aug;5(1):e115-31.
PMID: 20676243 [PubMed - in process] Free PMC Article Free text
Olá blogueiro,
ResponderExcluirDê ao seu filho o que há de melhor. Amamente!
Quando uma mulher fica grávida, ela e todos que estão à sua volta devem se preparar pra oferecer o que há de melhor para o bebê: o leite materno.
O leite materno é o único alimento que o bebê precisa, até os seis meses. Só depois se deve começar a variar a alimentação.
A amamentação pode durar até os dois anos ou mais.
Caso se interesse na divulgação de materiais e informações sobre esse tema, entre em contato com comunicacao@saude.gov.br
Obrigado pela colaboração!
Oi, Leonardo. Achei o estudo muito interessante, até porque tem um certo paralelo com o assunto do meu mestrado, que são as internações por condições sensíveis à atenção primária.
ResponderExcluirSó fiquei com uma pulga atrás da orelha. O primeiro critério de inclusão é ter ido ao pronto-socorro; e o evento para o qual houve uma correlação foi a volta ao pronto-socorro. Será que os pacientes que voltaram mais eram os com a pior APS, ou será que os que não voltaram era porque iam por qualquer coisa? Para resolver isso, seria necessário um estudo ecológico ou um cruzamento entre os prontuários eletrônicos de clínicas de APS com pronto-socorros.
Léo Fontelelle, na verdade, o critério de inclusão para todos os pacientes estudados foi a primeira ida ao PS. O desfecho medido foi uma segunda ida ao PS, e houve correlação direta entre APS mais organizada quanto a acesso/horizontalidade/coordenação e uma menor segunda procura ao PS.
ResponderExcluirUma vez trabalhei numa área rural, e uma coisa que me impressionou foi a facilidade com que consegui ajudar alguns alcoolistas a parar de beber. Alcoolistas mesmo, não uso nocivo para a saúde.
ResponderExcluirNaturalmente eu ainda era eu mesmo, tanto que não consegui repetir a façanha nesse nível em outros lugares que trabalhei. A princípio eu me perguntava que tipo de característica aquelas pessoas teriam para conseguir cessar o alcoolismo com tanta facilidade.
Mas depois eu pensei o contrário: acredito que lá o uso do álcool era mais aceito que em outros lugares em que já trabalhei; e que por isso a pessoa precisaria de menos co-morbidade mental para chegar ao alcoolismo.
Não estou defendendo que as conclusões do estudo estejam erradas, mas é do meu feito buscar explicações alternativas. Por isso considerei a possibilidade de que as pessoas que voltaram menos sejam as tinham ido por qualquer coisa no pronto-socorro, em vez de serem as pessoas com uma melhor APS.
Mas, pensando bem, a metodologia do estudo incluiu um controle pela gravidade clínica. Mais um motivo para pensar que as conclusões dos autores estavam corretas, e as minhas sejam apenas uma conjectura fugaz.
Léo,
ResponderExcluirConjecturas fugazes e explicações alternativas são tão bem-vindas quanto as evidências científicas de ponta. Refletir sobre evidências é a melhor maneira de transformá-las em prática clínica.
Além dos conceitos epidemiológicos de "validade externa" (aplicabilidade), não podemos nos esquecer que pacientes de ensaios clínicos estão praticamente in vitro... todos os "fatores de confusão" (ou seja, a vida) são isolados para que eles se apresentem da maneira mais homogênea possível.
E aí a "abominável" "experiência clínica" se renova. Se renova porque precisamos ser competentes para chegar ao diagnóstico/ suspeita/ avaliação que nos permita aplicar a evidência, e se renova porque precisamos decidir se aquela evidência obtida de pacientes "sem-comorbidades" e sem "fatores de confusão" se aplica aos nossos pacientes inseridos no "mundo da vida".
E aí, haja conjecturas fugazes, explicações alternativas e medicina baseada em experiência para atingir resultados.
Abraço,
LSavassi