O estudo foi muito bem planejado. O desfecho primário foi clinicamente relevante ("centrado na pessoa"): a redução de dor. Os desfechos secundários incluíram não apenas exames laboratoriais, mas também várias medidas de funcionamento. Também foram pesquisados efeitos adversos, tanto pelo relato de sintomas (usando perguntas abertas e perguntas direcionadas) e exame físico e laboratorial. Por fim, mesmo que a intervenção tenha durado apenas 6 semanas, os pesquisadores também repetiram a avaliação 12 semanas depois do início, de forma a avaliar se o efeito da intervenção superava sua duração.
A redução de dor (em comparação ao início do estudo) teve uma diferença clinicamente significativa entre o grupo de intervenção e o de controle, tanto às 6 semanas quanto às 12 semanas. De uma forma geral, as outras medidas clínicas e laboratoriais se mostraram melhores no grupo de intervenção. Não houve efeitos adversos graves, nem piora da glicemia, mas tanto gastrite quanto edema periférico foram mais frequentes no grupo de intervenção (6% versus 3%, e 5% versus 2%).
A maior limitação do estudo é não nos informar sobre a eficácia e segurança a longo prazo. Mas é relevante e confiável o suficiente para eu lamentar não tê-lo lido ainda quando atendi a uma certa pessoa semana passada.
O artigo está integralmente disponível para quem acessar pelo portal de periódicos da CAPES:
Abou-Raya A, Abou-Raya S, Khadrawi T, Helmii M. Effect of Low-dose Oral Prednisolone on Symptoms and Systemic Inflammation in Older Adults with Moderate to Severe Knee Osteoarthritis: A Randomized Placebo-controlled Trial. J Rheumatol. 2014 Jan 1;41(1):53–9. doi: 10.3899/jrheum.130199
Publicado originalmente por Leonardo Ferreira Fontenelle no blog Medicina de Familia.
Tive UMA paciente tratada assim por um reumatologista durante mais de uma década. Ela ficou bem do ponto de vista das dores. Entretanto, desenvolveu insuficiência coronariana. Temo por sua densidade óssea no futuro.
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