Pacientes hiperutilizadores da atenção primária com sintomas inexplicados (MUS), frustram seus prestadores de cuidados primários. Estudos que elucidam as atitudes destes pacientes pode ajudar a aumentar a compreensão e melhorar a confiança dos médicos que cuidam deles. O objetivo deste estudo foi descrever e analisar as percepções e experiências de vida de pacientes com alta utilização de cuidados primários com MUS.
Métodos:A mostra intencional de 19 pacientes hiperutilizadores de cuidados primários para os quais pelo menos 50% (69,6% nesta amostra) de visitas durante dois anos foram medicamente inexplicadas, foram incentivados a falar espontaneamente sobre si e responder a questões semi-estruturadas. Transcrições integrais das entrevistas foram analisados usando um processo interativo de construção de consenso.
Resultados: Pacientes com MUS quase universalmente descreveram disfunção familiar em curso e /ou passada e foram submetidos a testes excessivos e a tratamentos empíricos ineficazes. Três grupos distintos surgiram a partir dos dados: 1) Alguns pacientes, que tinham atingido um grau significativo de introspecção psicológica e tiveram sucesso na vida, primariamente procuraram explicações para seus sintomas. 2) Os pacientes que tiveram uma menor introspecção psicológica foram mais debilitados por seus sintomas e sentiram-se fortemente no direito de ser dispensados das obrigações sociais habituais. Normalmente, esses pacientes procuraram principalmente o alívio dos sintomas, legitimação e apoio. 3) Pacientes que manifestaram a sua preocupação sobre a falta de diagnósticos exigiu cuidados excessivos e queixaram-se de resistência as suas exigências.
Conclusões : pacientes hiperutilizadores de cuidados primários são um grupo heterogêneo com experiências semelhantes e diferentes percepções, comportamentos e necessidades. Reconhecer essas diferenças pode ser fundamental para um tratamento eficaz e redução da utilização.
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