No começo, os ARA2 eram usados por quem tinha contraindicação ao uso de iECA (principalmente por tosse ou angioedema). Depois surgiu e caiu por terra a ideia se usar os dois ao mesmo tempo. Algumas pessoas passaram até a defender que os ARA2 é que deveriam ser de primeira linha, animados por uma aparente superioridade na velocidade (mas não extensão) da reversão da hipertrofia de ventrículo esquerdo.
No dia 31 de março de 2014, o JAMA Internal Medicine publicou online uma meta-análise sobre o efeito dos iECA e dos ARA2 sobre mortalidade geral e cardiovascular em pessoas com diabetes mellitus. Eis a conclusão:
Inibidores da enzima conversora da angiotensina reduziram mortalidade geral, mortalidade cardiovascular, e eventos cardiovasculares em pessoas com diabetes, enquanto os ARA2 não mostraram benefício nesses desfechos. Assim, os iECA devem ser considerados como tratamento de primeira linha para limitar o excesso de mortalidade e morbidade nessa população.
Destaco ainda um resultado:
... o efeito do tratamento com iECA sobre a mortalidade geral e cardiovascular não variou significativamente de acordo com a presença de proteinúria ou o nível de pressão arterial do início do tratamento, ou com o tipo de iECA ou de diabetes.
Vamos então colocar captopril na caixa d'água?
Publicado originalmente por Leonardo Ferreira Fontenelle em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com