quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Hanseníase: políticas públicas e qualidade de vida de pacientes e seus cuidadores.

Está disponível na página do Centro de Pesquisas René Rachou a dissertação Hanseníase: políticas públicas e qualidade de vida de pacientes e seus cuidadores, de Leonardo C M Savassi.

A dissertação trata do tema Hanseníase sob duas óticas:

1) A primeira é a das políticas públicas que permearam a doença no Brasil e no mundo ao longo dos últimos quatro milênios. O que explica a história de segregação e estigma relacionados a ela

2) A segunda trata da qualidade de vida de pacientes e seus cuidadores, utilizando o WHOQoL-breve como instrumento de avaliação, demonstrando os reflexos da abordagem da doença na Qualidade de Vida.

Confira o resumo:

A hanseníase é uma doença de notificação compulsória que está inclusa no rol das doenças negligenciadas e estigmatizantes. O estigma da doença é resultante da tradução bíblica da palavra tsaraath que trouxe para a cultura ocidental uma carga de crenças sobre punição divina, castigo e pecado que influenciaram a forma cruel como a Europa Medieval lidou com a doença. A partir do Século XV, a “lepra” se torna uma doença predominantemente colonial, reduzindo-se drasticamente na Europa devido à melhoria das condições sanitárias.. Ao final do Século XIX, a descoberta do bacilo de Hansen, torna-se uma justificativa cientificamente embasada para o isolamento dos doentes, fato que influenciará toda a maneira como a saúde pública brasileira irá lidar com a doença.

O objetivo desta dissertação foi o de contextualizar as políticas públicas adotadas, e o papel. da doença hanseníase na qualidade de vida de cuidadores e pessoas vivendo com suas sequelas.. Realizou-se revisão da literatura concernente a história das políticas públicas de combate à “lepra”/ hanseníase, com consulta a fonte primária: artigos científicos e secundárias: websites e e-books. Realizou-se concomitantemente revisão da literatura buscando informação científica sobre cuidadores e sobre qualidade de vida. Foram coletadas informações de pacientes acerca de dados sociodemográficos, dados clínicos, de autonomia e cognição; dos cuidadores, foram coletados dados demográficos e dados relativos ao cuidado. Aplicou-se o Minimental, e os questionários de avaliação de atividades de vida a pacientes, e o WHOQoLbreve a pacientes e cuidadores.

As políticas públicas adotadas pelo Brasil iniciaram-se somente no século XX, pautadas pelo isolamento e segregação dos doentes, adotando, a partir do Governo Getúlio Vargas, um modelo implantado inicialmente em São Paulo, baseado no tripé do armamento antileprótico: leprosários, educandários e dispensários. Este modelo perduraria mesmo depois da descoberta do tratamento com as sulfonas, e se mostraria ineficaz tanto para a profilaxia, quanto para a cura dos doentes, ocasionando sequelas físicas e psíquicas com graves conseqüências aos pacientes isolados.

A análise estatística do binômio paciente-cuidador demonstrou os piores escores de Qualidade de Vida para pacientes nos domínios físico e mental, com melhores escores para o domínio social do WHOQoL. Cuidadores apresentaram escores inferiores aos dos pacientes no domínio social, e superiores no domínio físico, sem diferença nos domínios ambiente e psíquico. A análise de regressão linear univariada demonstrou correlações significativas: presença de companheiro, autonomia e idade do. cuidador influenciaram a QV do paciente. Para o cuidador, dados clínicos e de autonomia do paciente. influenciaram o domínio psíquico.

As peculiaridades do isolamento e do estigma foram determinantes para ambos. O paciente que tem expostas suas sequelas ao meio exterior tem piores escores de qualidade de vida, e a viuvez se associa a melhores escores de QV devido ao ganho de autonomia financeira e patriarcal e devido à rede social formada. Para os cuidadores, o paciente usuário de cadeira de rodas gera menor sobrecarga devido à melhora clínica do paciente após a amputação, mas as particularidades da autonomia do paciente geram escores de QV que são influenciados diretamente pelas sequelas e evolução natural da hanseníase.

Em suma, o isolamento em hospitais Colônia foi responsável pelo surgimento de sequelas físicas e emocionais que interferem negativamente na QV do binômio paciente cuidador, mas a resiliência mediada por uma rede social, ampliada por uma entidade de apoio. social (MORHAN) tem papel importante na QV, especialmente no domínio social. A análise demonstrou ainda que as correlações entre autonomia e Qualidade de Vida não se dão de maneira linear, indicando a necessidade de ampliar estudos que apontem como se dá a transição da autonomia para a dependência, especialmente em idosos, sendo a população de hansenianos também influenciada pelas peculiaridades locais.


Acesse a dissertação completa:








Acesse também o artigo publicado na Hansenologia Internationalis:

Savassi LCM, Bogutchi TR, Oliveira APS. A influência da internação compulsória em Hospitais-colônia na Qualidade de Vida de Cuidadores e Pacientes com Sequelas de Hanseníase. Hansen Int 2009; 34(2): 21-31.

sábado, 25 de setembro de 2010

Vídeo: Educação em Saúde para Dengue

AnimaDengue: desenho de animação produzido pela equipe do CECIS da Fiocruz Minas.

O objetivo do vídeo é estimular a participação do público infanto-juvenil nas ações de prevenção da Dengue.

Os conteúdos e mensagens buscam proporcionar acesso ao conhecimento cientificamente correto associado às reflexões sobre aspectos sociais, econômicos e ambientais da endemia e focalizam os principais riscos de transmissão da Dengue a partir da reprodução de situações reais.

O material foi produzido sob os preceitos da Metodologia Educativa em Saúde.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sala de Convidados (Canal Saúde): Educação em Saúde - Programa Saúde na Escola (PSE)

Sala de Convidados do Canal Saúde debate a Educação em Saúde, sexta (24), às 13h

O Programa Saúde na Escola (PSE) foi criado em 2008, através de uma parceria entre os Ministérios da Saúde e Educação com o objetivo de reforçar a prevenção à saúde dos alunos brasileiros e construir uma cultura de paz nas escolas.

O PSE é dividido em quatro blocos:
O primeiro consiste na avaliação das condições de saúde;
O segundo trata da promoção da saúde e da prevenção;
O terceiro é voltado à educação permanente e capacitação de profissionais e de jovens;
O quarto prevê o monitoramento e a avaliação da saúde dos estudantes.

O tempo de execução de cada bloco é planejado pela Equipe de Saúde da Família levando em conta o ano letivo e o projeto político-pedagógico da escola. Todas as ações do programa são possíveis de serem realizadas nos municípios cobertos pelas equipes do Saúde da Família.

Para debater o assunto foram convidados:
Marta Klumb Rabelo – Coordenadora do Programa Saúde na Escola/ MEC;
Claunara Schilling Mendonça – Diretora do Departamento de Atenção Básica/ MS;
Mª das Merces Navarro - Fiocruz e Programa Saúde na Escola do Rio de Janeiro.

Durante o programa, o público pode participar ao vivo pela web na sala de bate papo ou assistir pela NBR e ligar gratuitamente para 0800 701 8122, ou antecipar perguntas e comentários pelo canal@fiocruz.br.

Para assistir no site do Canal Saúde, acesse canalsaude.fiocruz.br e clique na TV. Para saber como ver a NBR na sua cidade ou obter mais informações sobre a NBR, acesse ebcservicos.ebc.com.br/veiculos/nbr.

Os municípios interessados devem manifestar vontade em aderir ao programa. A Portaria do Ministério da Saúde define os critérios e recursos financeiros pela adesão e a elaboração dos projetos pelos municípios. Acesse:

Portaria 1.861, de 4 de setembro de 2008, define critérios e traz o Termo de Adesão dos municípios

Cadernos da Atenção Básica - Saúde na Escola

Fonte:
Assessoria de Comunicação – Canal Saúde / Fiocruz
(21) 3194-7700 / 3194-7704 / 0800-701-8122 /
canal@fiocruz.br
Canal Saúde / Fundação Oswaldo Cruz

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Blog do Doutor Leonardo - OMS e SUS

O Blog "Doutor Leonardo - Saúde da Família", do colega MFC capixaba Leonardo Fontenelle, trás uma postagem extremamente interessante: "OMS faz um retrato do SUS" (17 setembro 2010 - por Leonardo Fontenelle).

Nele, o blogueiro aponta que o último número do Bulletin of the World Health Organization (Boletim da Organização Mundial da Saúde) trouxe uma matéria (em inglês) sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). A OMS coletou depoimentos de brasileiros que conhecem o SUS para fazer o relato.

Acesse:

Doutor Leonardo
.

Abordagem da Tosse

O Clinical Knowledge Summaries (CKS) do Sistema Nacional de Saúde Britânico (NHS), traz um algorítimo baseado em evidências sobre o manejo da tosse.

Os seguintes tópicos estão disponíveis:

Cenário: Diagnóstico - tosse menos de 3 semanas: abrange o diagnóstico da causa da tosse aguda.
Cenário: Diagnóstico - tosse 3-8 semanas: abrange o diagnóstico da causa da tosse sub-aguda.
Cenário: Diagnóstico - tosse mais de 8 semanas: abrange o diagnóstico da causa da tosse crônica.
Cenário: Administração - tosse menos de 3 semanas: abrange a gestão de tosse aguda, incluindo as indicações para internação de emergência e de referência.
Cenário: Administração - tosse 3-8 semanas: abrange a gestão de tosse sub-aguda, as indicações para a remessa urgente.
Cenário: Administração - tosse mais de 8 semanas: abrange a gestão de tosse crônica, incluindo as indicações para o encaminhamento urgente.

O CKS apresenta, para cada recomendação, quais são as suas bases, com links para os artigos/ guidelines específicos.

Para acessar o CKS/NHS é necessário se registrar, sem custos. Acesse:

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Depressão, ansiedade e transtornos somatoformes são freqüentes e associados a estressores psicossociais

Pacientes com queixas somáticas, na APS:
Depressão, ansiedade e transtornos somatoformes são freqüentes e associados a estressores psicossociais
Do BMC Family Practice

Contexto: Os transtornos mentais em pacientes da atenção primária são freqüentemente associada com queixas físicas que podem mascarar a doença. Há um conhecimento insuficiente sobre o papel da ansiedade, depressão e somatização em pacientes com sintomas físicos. Nosso objetivo primário foi determinar a prevalência de depressão, ansiedade e somatização entre pacientes recebendo cuidados na atenção primária com uma queixa física. Também investigou a relação entre estressores psicossociais acumulada e transtornos mentais. Métodos: Foi realizado um estudo multicêntrico, transversal em 21 consultórios particulares e em um centro de atenção primária em instituições acadêmicas do Ocidente da Suíça. Pacientes selecionados aleatoriamente, apresentando uma denúncia espontânea física foram convidados a preencher o auto-administrado Paciente Health Questionnaire (PHQ) entre novembro de 2004 e julho de 2005. A versão francesa validada do PHQ permitiu o diagnóstico de transtornos mentais (DSM-IV) e as análises de exposição a estressores psicossociais. Resultados: Foram 917 pacientes apresentando pelo menos um sintoma físico incluído. A taxa de depressão, ansiedade e transtornos somatoformes foi de 20,0% (intervalo de confiança de 95% [CI] = 17,4% para 22,7%), 15,5% (IC 95% = 13,2% para 18,0%), e 15,1% (IC 95% = 12,8% para 17,5%), respectivamente. estressores psicossociais foram significativamente associados com transtornos mentais. Pacientes com um acúmulo de estressores psicossociais são mais susceptíveis a apresentar ansiedade, depressão ou transtornos somatoformes, com um aumento de 2,2 vezes (IC 95% = 2,0-2,5) para cada estressor adicional. Conclusões: A investigação de transtornos mentais e estressores psicossociais em pacientes com queixas físicas é importante na atenção primária. estressores psicossociais devem ser explorados como potenciais causas epidemiológica dos transtornos mentais.
Comento: Se na Suíça o estresse (tem jeito de ficar estressado na Suíça?) causa isso, imagina aqui no Brasil com todas as dificuldades que nossa população adscrita da maioria dos Centros de Saúde enfrenta?

Artigo aqui.
Quer saber se você está com depressão? Clique aqui.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Ministério da Saúde incentiva "pré-natal masculino"

O MS traz uma idéia ótima em seu site, hoje. Falta ao Ministério aproveitar a ótima idéia e dar a ela uma visão um pouco mais de Saúde da Família. Nos meus pré-natais sempre peço a presença do pai, para acompanhar e algumas vezes tentar localizar o coração do neném com o Sonar. Os resultados têm sido maravilhosos, com maior fortalecimento do núcleo familiar e preparação de um casal para cuidar do que vem e não só a mãe. E vocês? Qual a forma que vocês abordam o seu pré-natal almejando a família?

Médicos do SUS orientam pais a realizarem exames durante gestação da parceira. Nesta terça-feira, ministro Temporão participa de seminário internacional, em Brasília

Depois de ampliar o acesso da população masculina à rede de saúde, a Política Nacional de Saúde do Homem – que este ano completa um ano – tem agora um novo desafio. Paralelamente às ações de incentivo ao aumento da quantidade de procedimentos urológicos no Sistema Único de Saúde (SUS) – como exames e cirurgias de próstata, vasectomia e fimose – a Política vai estimular os futuros pais a fazerem um check up durante o pré-natal da parceira.

A ideia é que os profissionais de saúde aproveitem o momento em que o homem está mais sensível – às vésperas de ser pai – para incentivá-lo não só a acompanhar as consultas durante os nove meses de gestação da parceira como também a realizarem exames preventivos. O princípio é: ele precisa se cuidar para cuidar da família. “É uma estratégia que estamos difundindo entre as secretarias municipais de Saúde”, informa José Luiz Telles, diretor do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas (Dapes) do ministério, área responsável pela Coordenação de Saúde do Homem.

Às 18h desta terça-feira (14), em Brasília, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, encerra o I Seminário Internacional de Saúde do
Homem nas Américas. Promovido pelo ministério, o encontro começou segunda-feira (13), no Palácio do Itamaraty. O objetivo é estabelecer uma agenda comum de cooperação internacional para estimular os homens a se envolverem nos cuidados preventivos com a saúde.
Participam do seminário autoridades e especialistas do Brasil e de mais 14 países. Durante o encontro, também serão apresentados exemplos de ações positivas implementadas no país com o objetivo de atrair os
homens aos serviços de saúde.

EXEMPLOS – O Ministério da Saúde apoia diferentes iniciativas locais de “pré-natal masculino”. Em Ribeirão Preto (SP), profissionais do Hospital Universitário da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) incentivam os futuros pais a realizarem exames para diagnóstico precoce e tratamento de doenças que podem afetar a saúde da mulher e, por consequência, a do bebê.

As ações são desenvolvidas no campus da USP em Ribeirão Preto. O principal objetivo é combater Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), por meio de exames de sífilis, HIV e hepatites virais B e C. Na oportunidade, médicos também diagnosticam hipertensão arterial, diabetes e colesterol. Além disso, as Unidades Básicas de Saúde (UBS)
de Ribeirão Preto promovem reuniões mensais com os casais para informá-los sobre as alterações que podem ocorrer com a mulher e entre o casal durante a gravidez e o nascimento do filho.

“Consciente dessas mudanças, o homem tende a ficar mais compreensível com a parceira e entender melhor seus próprios sentimentos – o que reduz, inclusive, a violência doméstica”, destaca o diretor da faculdade de medicina da USP em Ribeirão Preto, Geraldo Duarte, responsável pela implementação do projeto no município. “Com isso, aumenta-se o vínculo entre a gestante e o companheiro e também entre ele e o filho”, completa.

Para realizar o trabalho com os homens, os médicos do hospital
universitário foram capacitados a abordá-los de maneira acolhedora. A mulher é convocada a ir com o parceiro à primeira consulta do pré-natal, quando o médico prescreve exames para o homem e o convida a participar das reuniões de esclarecimentos e orientações.

Em Várzea Paulista (SP), a Secretaria Municipal de Saúde desenvolve um programa semelhante. Mas, com um diferencial: a realização de oficinas para os homens aprenderem a cuidar do bebê. Campinas
também usa a estratégia. E em São José do Rio Preto (SP), o “pré-natal masculino” está previsto em lei municipal.

No Rio de Janeiro (RJ), a Secretaria Municipal de Saúde promove ações junto aos médicos da rede pública para que eles estimulem os futuros pais a cuidarem da saúde. O projeto foi batizado de Unidade de Saúde Parceira do Pai e tem como foco a sensibilização das unidades de saúde para que, gradativamente, elas ampliem as oportunidades de envolvimento e preocupação dos homens com a saúde deles e da
família.


DOENÇAS – Considera-se que, por motivos culturais, os homens têm mais resistência a procurarem cuidados médicos e terem atitudes preventivas com relação a problemas de saúde. Segundo estudos do
Ministério da Saúde, a população masculina geralmente procura os serviços de saúde por meio da atenção especializada, já com o problema de saúde detectado e em estágio de evolução.

Muitos deles também não seguem os tratamentos recomendados. Indicadores mostram que os homens têm hábitos de vida menos
saudáveis e estão mais suscetíveis a fatores de risco para doenças
crônicas.

“Eles utilizam mais álcool e outras drogas em maior quantidade
do que as mulheres, não praticam atividade física com regularidade e se alimentam pior. Estão também mais expostos a acidentes de trânsito e de trabalho. Por isso, apresentam mais problemas de saúde do que elas e vivem, em média, 7,6 anos menos”, explica o diretor José Luiz Telles.

As internações de homens por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool representam 20% de todas as internações no SUS. Eles apresentam, entre outros problemas, mais doenças cardiovasculares, colesterol elevado, diabetes e hipertensão.

Retirado daqui.

sábado, 11 de setembro de 2010

Planejamento da qualidade nas unidades de saúde da família, utilizando o Desdobramento da Função Qualidade (QFD)

Um artigo muito interessante para gerentes e interessados em Gerenciamento de UBS.

A qualidade é um requisito indispensável na área da saúde, e sua procura se faz presente em virtude da necessidade de atender as exigências de uma população ciente de seus direitos, da essência das boas relações no trabalho e diminuição dos custos tecnológicos. Assim, a qualidade envolve todos que fazem parte do processo (usuários e profissionais), deixando de ser um atributo do serviço. A pesquisa teve como objetivo verificar a possibilidade de planejar a qualidade nas unidades de saúde da família, por meio do Desdobramento da Função Qualidade (QFD). Este planeja a qualidade segundo a satisfação do usuário, envolvendo os profissionais da instituição e identificando novos caminhos para aperfeiçoar os processos de trabalho. A construção da matriz, denominada Casa da Qualidade, é o aspecto mais importante desse método. Os resultados mostram que há similaridade entre a qualidade exigida pelos usuários e a qualidade planejada pelos profissionais. O presente estudo comprovou que a ferramenta QFD constitui-se em instrumento eficiente no planejamento da qualidade nos serviços públicos de saúde.



sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Sensibilidade e especificidade do índice de massa corporal no diagnóstico de sobrepeso/obesidade em idosos

O objetivo foi verificar a sensibilidade e especificidade dos pontos de corte do índice de massa corporal (IMC) propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Nutrition Screening Initiative (NSI) no diagnóstico da obesidade em idosos. O estudo foi realizado com 180 idosos de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. O percentual de gordura corporal foi mensurado por absortometria radiológica de dupla energia. O IMC da NSI apresenta melhores valores de sensibilidade e especificidade para homens (73,7% e 72,5% respectivamente). Para os homens o IMC de 25kg/m² apresentou elevada sensibilidade (94,7%) e baixa especificidade (40%), enquanto o IMC de 30kg/m² possui baixa sensibilidade (31,6%) e elevada especificidade (97,5%). Nas mulheres, o IMC de 25kg/m² (sensibilidade de 76,3% e especificidade de 100%) foi o mais acurado. O ponto de corte da OMS mostrou sensibilidade muito baixa (28,9%). Os resultados desta investigação permitem concluir que os pontos de corte propostos pela OMS e NSI não são bons indicadores de sobrepeso/obesidade para idosos de ambos os sexos.
Retirado de: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2010000800006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

País tem segundo caso de raiva humana este ano

BRASÍLIA - O segundo caso de raiva humana registrado no Brasil este ano foi identificado na cidade de Chaval, no Ceará. O paciente, que foi mordido há cerca de três meses por um cão, receberá tratamento com vacina e soro antirrábico. A doença, que está praticamente erradicada no país, é fatal em humanos. O outro registro ocorreu no Rio Grande do Norte. O paciente, atacado por um morcego, morreu.

Entre 1990 e 2009, o total de casos de raiva humana passou de 73 para dois. O governo recomenda a vacinação de animais para evitar a doença. Além disso, é necessário controle do vírus tipo 3 em morcegos que se alimentam de sangue.

A raiva é transmitida por mordidas, lambidas ou arranhões de animais infectados, como cães, gatos, morcegos e macacos. Para não haver contágio, a recomendação é lavar o ferimento com água e sabão e procurar atendimento médico. Segundo o Ministério da Saúde, 17 estados e o Distrito Federal começaram campanhas de vacinação.

No estado de São Paulo, a campanha foi suspensa por conta da morte de sete cães e gatos após terem sido vacinados. Segundo o ministério, foram registrados casos de morte ou reação adversa em animais no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Norte - totalizando 79 notificações.

Em 2009, foram registrados dois casos de raiva humana no país transmitidos por cães e gatos, contra 52 na década de 90, conforme o governo federal.

Retirado de: O Globo

Aprenda mais sobre Raiva com o Manual da FUNASA, aqui.

Aprenda como lidar com a mordedura de animais, aqui.

Hanseníase - história, situação atual e tratamento de incapacidades

Disponibilizamos a palestra: Hanseníase: Contextualização Histórica, como parte da apresentação da mesa de Hanseníase durante o V Congresso Mineiro de Medicina de Família e Comunidade.

A mesa discutiu a pouca penetração da hanseníase em currículos de graduação, em sua maioria centrados no Hospital, o estigma existente, a pouca transmissibilidade da doença após o início do tratamento, a segurança em seu tratamento, e a necessidade de acompanhamento dos pacientes, mesmo após a cura do bacilo, tendo em vista o risco de complicações decorrentes das sequelas da doença e a possibilidade de abordagem precoce da reabilitação.

Leonardo Savassi explicitou as origens do estigma, advindos da tradução bíblica do termo 'tsarath', e o ressurgimento do isolamento como medida de saúde pública, que trouxe uma carga maior de preconceito aos pacientes no século XX.

Cléo Borges trouxe a situação atual da epidemia no Brasil, com dados dos diversos estados, e suscitou dúvidas quanto a real prevalência da doença no Brasil. Segundo ele, a cada novo treinamento de equipes, há a descoberta de casos em praticamente todas as Unidades Básicas de Saúde do Brail.

Getúlio Moraes discutiu a reabilitação, especialmente na área de ulcerações ocasionadas pelas doenças de insensibilidade de extremidades. Demonstrou como se pode utilizar as notificações e sistema de informação do Sistema Único de Saúde de maneira adequada para o tratamento mais efetivo da doença, e apontou os resultados deste tratamento.

Confira a apresentação sobre a história da doença:

Pesquisa em APS

Disponibilizamos a aula da oficina de Pesquisa em Atenção Primária, realizada durante o V Congresso Mineiro de Medicina de Família e Comunidade

Durante o Congresso, a Oficina reuniu pesquisadores em Medicina de Família e Comunidade e Atenção Primária e trouxe a tona a discussão sobre a importância de se pesquisar temas clínicos em APS, e quanto à ampliação dos serviços de Pesquisa em APS e em MFC.

Confira o conteúdo da oficina:

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

"Task force" inglês

Linhas-guia inglesas Editar

Já a NHS (Sistema Nacional Inglês de Saúde), possui várias linhas-guia sobre diversos assuntos (e não só prevenção). Neste site é possível visualizar várias recomendações:

http://www.library.nhs.uk/guidelinesfinder/

Existe, contudo uma organização não-governamental que transforma algumas das guidelines em recomendações de prevenção e promoção da saúde. O linguajar é simples e muito bons para pacientes com nível de instrução moderada-boa:

http://www.nice.org.uk/

Por exemplo, aqui podemos ver recomendações(na verdade uma linha-guia) para IRC do Royal College of Physicians:

http://guidance.nice.org.uk/CG73

Dos ingleses sempre gostei das guidelines, talvez esteja tendencioso. Se encontrarem algo diferente deixem-me a par, ok?

Task force canadense

Task force canadense Editar
Já o task force canadense pode ser encontrado na página:
http://www.canadiantaskforce.ca/

A Força-Tarefa canadense é um organismo independente de quinze
especialistas em prevenção e atenção primários que reconhecem e apoiam
a necessidade de atividades preventivas comprovadas na atenção
primária no Canadá. Saiba mais sobre cada um dos membros da Task
Force, visualizando as biografias (http://www.canadiantaskforce.ca/
members_eng.html) tem sempre um indiano no meio...

As recomendações atuais podem ser encontradas aqui:
http://www.canadiantaskforce.ca/recommendations__past_eng.html ,
infelizmente os canadenses não têm todas as recomendações em um só
arquivo (pelo menos eu não tenho).


Todas as evidências são lindamente classificadas por grau de
importância. Se quiserem conversar sobre evidências... ;-)


Task force americano

Task force americano Editar
Os US Preventive Services Task Force é um painel independente de
especialistas em atenção primária e prevenção que sistematicamente
revisa as evidências de eficácia e desenvolve recomendações para
serviços preventivos clínicos. Patrocinado desde 1998 pela Agência
para a pesquisa e a qualidade (AHRQ), a Força-Tarefa é o painel
independente de maior importância de peritos do setor privado na
prevenção e atenção primários.

O guia de bolso abrange todas as recomendações USPSTF de 2002 a março
de 2009. recomendações atualizadas estão disponíveis através do tema
no Índice do Web Site da USPSTF.


As recomendações são organizados para referência rápida e fácil
pesquisa. Uma seção contempla jogos de serviços preventivos
recomendados para os pacientes, homens, mulheres, gestantes e
crianças.


Em arquivos vocês encontrarão as recomendações do Task Force americano
(pocketgd09.pdf). Que também tem uma cópia aqui: http://www.ahrq.gov/clinic/pocketgd.htm

Para abrí-lo será necessário um leitor PDF, que pode ser encontrado
aqui: http://get.adobe.com/br/reader/