sexta-feira, 30 de setembro de 2011

AMMFC, Sinmed-MG e o seminário: "O Uso do Manchester na Rede Básica de Saúde"

Sinmed-MG transmitiu AO VIVO PELA INTERNET o Seminário " O Uso do Manchester na rede básica de saúde de Belo Horizonte", dia 28 de setembro
Aconteceu em 28 de setembro, o SEMINÁRIO: O USO DO MANCHESTER NA REDE BÁSICA DE SAÚDE DE BELO HORIZONTE. Promovido pelo Sindicato dos Médicos de Minas Gerais ( Sinmed-MG) em parceria com a Associação Mineira de Medicina da Família e Comunidade (AMMFC), no auditório do Hospital da Unimed-BH- Rua Ponta Porã, 45- Santa Efigênia, a partir das 13h30.
Destinado a médicos e gestores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS-BH), o seminário tratou de temas importantes como o Protocolo de Manchester, as Considerações sobre a Rede de Atenção Primária e a utilização do protocolo na SMS-BH.
Confira aqui a programação:
14h – Abertura - Dr. Artur Oliveira Mendes – Presidente da Associação Mineira de Medicina de Família e Comunidade
14h10 - Entenda o Protocolo de Manchester – Dr. Welfane Cordeiro Júnior – consultor da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba e médico intensivista
14h40 – Considerações sobre a Rede de Atenção Primária – Sra. Maria Aparecida Turci - Superintendente de Atenção à Saúde - Secretaria de Saúde de Contagem
15h10 – A utilização do Manchester na Rede Básica de Saúde de BH – Dr. Marcelo Gouvêa Teixeira – Secretário Municipal de Saúde de Belo Horizonte
15h50 – Coffee Break
16h10 – Experiências sobre a Utilização do Manchester em Redes de Atenção Primária:
- Dr. Marcelo Garcia Kolling – Presidente da Associação Paranaense de Medicina de Família e Comunidade
- Dr. Fabiano Gonçalves Guimarães – Secretário Geral da Associação Mineira de Medicina de Família e Comunidade
16h50 – Mesa Redonda / Debate/ Encerramento
- Dr. André Christiano dos Santos – Diretor do Sindicato dos Médicos de MG


O SinmedMG se comprometeu em breve a disponibilizar o vídeo do debate.

Entrevista sobre a RBMFC para o Podcast Saúde e Tecnologia

Foi publicada entrevista de Leonardo C M Savassi no Podcast de Guilherme Ribeiro Câmara sobre Saúde e Tecnologia.

O doutor Guilherme Câmara está organizando uma publicação em Ipatinga e lançou um Podcast sobre o tema e teve como primeiro convidado Leonardo C M Savassi sobre a implantação, consolidação e indexação da Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade.

Leonardo Savassi falou um pouco sobre a editoria da RBMFC e da transição da versão impressa para a versão online.

Confira a entrevista na segunda metade do programa:


Publicado originalmente por Leonardo C M Savassi

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Triar ou não HIV? CDC x USPSTF

Routine HIV Screening — What Counts in Evidence-Based Policy?
HIV: CDC x USPSTF

Interessante.

Após acabar de publicar as recomendações do US Preventive Services Task Force sobre ECG (não triar), acabo de ler o ahead of print do New England Journal of Medicine que discute justamente as recomendações da Task Force (não triar universalmente HIV) que vão de encontro com as recomendações do Centers for Disease Control (triagem universal).

O artigo faz um apanhado interessante da discussão entre as duas entidades acerca da análise das mesmas evidências científicas, destacando que, a despeito das evidências serem as mesmas, a análise de diferentes pesquisadores (cochranistas x especialistas) não.

Os dois grupos debatem sob diversas óticas, incluindo a da economia da saúde (de custo-benefício e custo-efetividade), a do risco relacionado a triagem e da responsabilidade das próprias entidades em se obrigarem a fazer ou não recomendações.

As referências são bastante interessantes, e a ótica do autor deste artigo traduz a panacéia que existe em torno da Medicina Baseada em Evidências.

Lembrando que só recentemente o atual presidente Barack Obama suspendeu a obrigatoriedade do exame de HIV para imigrantes, uma exigência da administração anterior, é importante entender o contexto em que se desenvolvem estas recomendações.

Leia o artigo do NEJM:






Publicado originalmente por Leonardo C M Savassi

USPSTF: ECG de rotina não.

USPSTF: Ainda nenhuma razão para usar Screening de ECG em pacientes de baixo risco

Ainda não há evidências suficientes para justificar a análise eletrocardiográfica de descanso ou exercício em adultos assintomáticos, concluiu um estudo encomendado pela Força-Tarefa de Serviços Preventivos Estadunidense (USPSTF) e publicado no Annals of Internal Medicine. A força-tarefa chegou à mesma conclusão em 2004.

Os pesquisadores revisaram dados publicados desde 2002 para examinar os benefícios do rastreio sobre os resultados clínicos, como triagem afeta o tratamento, se o rastreamento ajuda a classificar os pacientes em grupos de risco, e se há danos associados com a triagem. Eles descobriram que as anormalidades ECG podem até prever aumento do risco, mas com implicações incertas em relação ao tratamento.

Dada a falta de alto nível de evidência de benefício "os médicos não devem incorporar triagem com eletrocardiograma de repouso ou exercício em suas práticas, exceto no contexto dos ensaios clínicos."

Leia a tradução do resumo:

Screening Asymptomatic Adults With Resting or Exercise Electrocardiography: A Review of the Evidence for the U.S. Preventive Services Task Force

Antecedentes: a doença cardíaca coronariana é a principal causa de morte em adultos. A triagem para anormalidades usando eletrocardiograma de repouso ou exercício (ECG) pode ajudar a identificar pessoas que se beneficiariam de intervenções para reduzir o risco cardiovascular.

Objetivo: atualizar a revisão do USPSTF de 2004 e rever as evidências sobre o rastreio de anomalias do ECG de repouso ou exercício em adultos assintomáticos.

Fontes de dados: MEDLINE (2002 a janeiro de 2011), o banco de dados da Biblioteca Cochrane (através do quarto trimestre de 2010), e listas de referência.

Seleção de estudos: Estudos randomizados, ensaios clínicos controlados e estudos de coorte prospectivo.

Extração de dados: Investigadores abstrairam detalhes sobre a população do estudo, delineamento, análise de dados, follow-up, e resultados, e avaliaram a qualidade usando critérios pré-definidos.

Síntese de dados: o estudo avaliou os resultados clínicos ou uso de terapias de redução de risco após a triagem, contra nenhum de triagem. Nenhum estudo estimou com precisão se os participantes submetidos ao eletrocardiograma de repouso ou exercício foram classificados em grupos de alto, intermediário ou baixo risco, em comparação com a avaliação de risco tradicionais. Sessenta e três estudos de coorte prospectivo avaliaram anormalidades no eletrocardiograma de repouso ou exercício como preditores de eventos cardiovasculares após o ajuste para fatores de risco tradicionais. Anormalidades no ECG de repouso (do segmento ST ou onda T anormalidades, hipertrofia ventricular esquerda, bloqueio de ramo, ou para a esquerda-desvio do eixo), ou ECG de exercício (depressão do segmento ST com o exercício, a incompetência cronotrópica, recuperação da freqüência cardíaca anormal, ou diminuição do exercício capacidade) foram associados com risco aumentado (estimativas relação perigo pesquisado [pooled risk], 1,4-2,1). As evidências sobre os danos foram limitados, mas os prejuízos diretos pareceram mínimos (para ECG de repouso) ou pequenos (para o EEG de esforço). Nenhum estudo estimou prejuízos de testes subsequentes ou intervenções, embora as taxas de angiografia após o exercício ECG variaram de 0,6% para 2,9%.

Limitações: Só estudos de língua inglesa foram incluídos. Heterogeneidade estatística estava presente em várias das análises por amostragem.

Conclusão: Anormalidades no ECG de repouso ou exercício estão associadas com um risco aumentado de eventos cardiovasculares subseqüentes após o ajuste para fatores de risco tradicionais, mas as implicações clínicas destes achados não são claras.

Acesse:


Publicado originalmente por Leonardo C M Savassi

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Uma visão estrangeira do manifesto da SBMFC

Independente de esse movimento da SBMFC ter um teor, no meu entender, algo-político (projeção interna e externa de alguns), contém em grande parte grandes verdades e uma utilidade para rever e discutir a APS que queremos e a que temos.

Esse texto saiu originalmente na CMAJ.

NEWS

September 23, 2011

Brazilian health care faces harsh choices

A child sits on the stairs of a house next to graffiti painted by Brazilian artist Chivitiz, a member of OPNI, (a Portuguese acronym meaning “Unidentified Graffiti Artists”) which was formed in 1997 to improve conditions in the Vila Flavia favela (shantytown) of Sao Paulo.
A child sits on the stairs of a house next to graffiti painted by Brazilian artist Chivitiz, a member of OPNI, (a Portuguese acronym meaning “Unidentified Graffiti Artists”) which was formed in 1997 to improve conditions in the Vila Flavia favela (shantytown) of Sao Paulo.
Photo credit: Reuters/Nacho Doce
The assessment was blunt and the options stark.
Brazil’s health care system needs reorganization and faces a distinct choice. “The future of Primary Care in Brazil is either a model similar to the United States, with upper and middle classes having private insurances and the low classes having something like welfare, or a model like Canada, with universal coverage, a public system and strong Primary Care,” Dr. Juan Gérvas, a member of a Spanish team funded by the Brazilian government to assess the state of the country’s primary health care system, writes in an email. “The future will be promising if the political decision helps making Primary Care a filter for Specialist Care, if it potentiates Family Medicine and if health centres are provided with enough resources.”
The assessment, conducted by the not-for-profit research firm Team CESCA on behalf of the Brazilian Society of Family and Community Medicine, found a number of flaws in the Brazilian government’s plan — the “Family Health Strategy — to reorganize primary health care (Editor’s note: final report is available in Portuguese at www.sbmfc.org.br/media/file/Visita_Espanhois_2011/SBMFC_relatorio%20final.pdf).
Those included:
  • inadequate and fragmented acute, primary and home visiting services
  • insufficient numbers of qualified family doctors
  • poor coordination between levels of care
  • ineffective teamwork
  • absence of a policy to compel physicians to constrain their labours to one facility, rather than to work multiple shifts at various facilities
  • lack of scientific and technological development
  • excessive focus on prevention instead of treatment
  • excessive referrals to specialists and emergency departments
  • “overuse” of resources, such as conducting unnecessary tests, prescribing unnecessary antibiotics for urinary infections, persistent use of nebulizers and the use of fetal dopplers during low-risk pregnancy consultations
  • unattractive pay and incentives for health professionals.
Somewhat surprising was the criticism that the Brazilian system focuses too heavily on preventive measures, given that in most nations, the converse is true.
But it’s a definite problem in Brazil, Dr. Daniel Knupp, a family physician and head of the residency program of the Brazilian Society of Family and Community Medicine, writes in an email. “The excessive focus on health promotion and prevention removes credibility from the Family Health Strategy before the population, managers and doctors, particularly future doctors, who don't feel enticed to work in a primary care system maintaining that focus. Breaking that logic is a key aspect for the Family Health Strategy to flourish.”
The Brazilian government has committed itself to significantly expanding primary care services for the country’s population. The system now covers about 75% of the population through services provided at 60 000 health centres. In about one third of those, care is provided by a multidisciplinary family health care team, which is typically comprised of a family doctor, a nurse, a nursing assistant and community health agents, and typically funded by contributions from the federal, state and municipal governments.
Critics have charged that Rio de Janeiro, in particular, has been slow to expand health services within its slums but defenders of the system have argued that it’s a highly problematic task to build the health infrastructure and hire the health workers needed to provide primary and dental care for the more than one million people living in the city’s often violent hillside slums, while also improving care for its remaining 11.6 million residents (www.cmaj.ca/lookup/doi/10.1503/cmaj.109-3700).
The expansion of services into slum areas was one of the positive developments within the Brazilian system identified by the Spanish team. Others included the existence of pharmacy and dental medicine services within health centres; the independence of clinicians from the influence of the pharmaceutical industry; the use of complementary and alternative medicines; and expanding use of telemedicine.
Gérvas and Dr. Mercedes Pérez Fernandez, who undertook an extensive tour of Brazil, concluded in their report that Brazil requires profound reform of its primary care services and structures in order to make it “strong, resolvent, accessible, well endowed with technology, with polyvalent professionals capable to respond to 90% of the population needs.”
They also argued that family doctors need to have more authority to coordinate health services and determine which patients see specialists.
In terms of professional development, the consultants concluded that Brazil needs to: make residency training mandatory; improve its continuing medical education programs; fund more doctors through capitation; promote more house calls; and provide more incentives for doctors to work in remote and rural areas.
Knupp, though, says efforts are already being made to improve the training of family doctors, including one program to promote distance learning and another to expand residency positions.
Others say that the review exercise has already yielded dividends, namely, the triggering of “a profound process of reflection,” as Dr. Gustavo Gusso, head of the Brazilian Society of Family and Community Medicine, writes in an email.

Artigo original: http://www.cmaj.ca/site/earlyreleases/23sept11_brazilian-health-care-faces-harsh-choices.xhtml
Publicado originalmente por Ricardo Alexandre de Souza em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Medicina Baseada em Vieses???


Interessante estudo de um grupo sueco, que avaliou impacto do patrocínio da indústria sobre a chance de um estudo ser publicado.
Texto na íntegra disponível aqui.




Evidence B(i)ased Medicine

Relato seletivo de estudos patrocinados pela indústria farmacêutica: revisão de estudos em aplicações novas drogas.



Objetivos
Investigar o impacto relativo no viés de publicação causada por publicação múltipla, publicação seletiva e
relato seletivo de estudos patrocinados por empresas farmacêuticas.

Metodologia
42 estudos controlados com placebo de cinco inibidores seletivos de recaptação da serotonina submetidos à autoridade sueca de regulação de medicamentos para aprovação de comercialização para o tratamento da depressão maior foram comparados com os estudos publicados de fato (entre 1983 e 1999).

Resultados
Publicação múltipla: 21 estudos contribuíram para pelo menos duas publicações cada, sendo que três estudos contribuiram para cinco publicações.
Publicação seletiva
: estudos que mostram efeitos significativos da droga foram publicado como
publicações individuais com mais freqüência que os estudos com resultados não significativos.
Relatórios
seletivos: muitas publicações ignoraram os resultados de análises de intenção de tratar e relataram apenas a análise por protocolo mais favorável.

Conclusões: o grau de publicação múltipla, relato seletivo e publicação seletiva diferiram
entre os produtos. Assim, qualquer tentativa de recomendar um inibidores selectivos da recaptação da serotonina específico baseando-se apenas em informações publicitárias disponíveis ao público é susceptível de ser baseado ecidências tendenciosas.



Publicado originalmente por Gustavo Landsberg em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Abordagem para o HIV em pacientes da Atenção Primária

Nos diz o consenso:
Ambos os especialistas em HIV e MFC (médico de família e comunidade) devem ser capazes de avaliar um paciente infectado pelo HIV em todos os seus estágios. MFCs devem consultar um especialista em HIV quando iniciar ou ao mudar um tratamento (III).
MFCs devem envolver os pacientes nas decisões (III).
MFCs devem agendar consultas de monitoramento a cada 4 meses se o paciente está clinicamente estável. (III)

 Mais informação pode ser encontrada aqui:
http://www.hivguidelines.org/wp-content/uploads/primary-care-posted-11-16-2010.pdf

Publicado originalmente por Ricardo Alexandre de Souza em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com