segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Aleitamento materno e Saúde da Família

Fatores associados ao aleitamento materno exclusivo: o papel do cuidado na atenção básica

Este estudo teve o objetivo de analisar a associação entre ações de promoção, proteção e apoio à amamentação realizadas em unidades básicas de saúde (UBS) e a prevalência de aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida. Estudo transversal realizado em amostra representativa de 1.029 mães de crianças menores de seis meses assistidas em unidades básicas de saúde do Município do Rio de Janeiro, Brasil. As razões de prevalência (RP) foram obtidas por regressão de Poisson. A prevalência de aleitamento materno exclusivo foi de 58,1%. Estiveram associadas à maior prevalência de aleitamento materno exclusivo: a cor branca (RP = 1,20; IC95%: 1,05-1,36) e a escolaridade alta (RP = 1,19; IC95%: 1,05-1,35); ter companheiro (RP = 1,72; IC95%: 1,02-2,90); experiência prévia com amamentação (RP = 1,27; IC95%: 1,08-1,49); alta hospitalar em aleitamento materno exclusivo (RP = 2,01; IC95%: 1,20-3,36; ter recebido orientação em grupo (RP = 1,14; IC95%: 1,01-1,28); e ter sido mostrado como amamentar (RP = 1,20; IC95%: 1,08-1,33). A prevalência de aleitamento materno exclusivo diminuiu 17% a cada mês de vida do bebê. Os grupos de apoio à amamentação e a orientação sobre seu manejo contribuíram para o aleitamento materno exclusivo na atenção básica.

Fonte e artigo original: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2010001200013&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt


Publicado originalmente em http://medicinadefamiliabr.blogspot.com

2 comentários:

  1. Muito bom artigo. Saúde coletiva tem ganhado espaço e robustez. Muito bom.

    ResponderExcluir
  2. Achei interessante que o maior efeito tenha sido o da “alta hospitalar em aleitamento materno exclusivo”. De fato, se uma mãe tiver alta hospitalar sem conseguir manter um aleitamento materno exclusivo, fica muito difícil de atingir isso em casa, ainda mais com a apojadura acontecendo logo depois da alta, quando a mulher está cansada e sem assistência.

    Em alguns municípios, a unidade de saúde responsável pela família é comunicada da alta hospitalar, e uma enfermeira vai à casa inclusive para promover o aleitamento materno. Na prática, dificilmente a notificação chega com menos de um mês de vida, e a enfermeira não tem disponibilidade para ir a qualquer dia da semana. O que deveria ser um trabalho de promoção muitas vezes vira, por assim dizer, de reabilitação, e novamente os profissionais das unidades de saúde não têm disponibilidade para reavaliar diariamente o aleitamento materno.

    Em suma, se o hospital não fizer a parte dele, fica difícil consertar o estrago.

    ResponderExcluir