Risk of cardiovascular serious adverse events associated with
varenicline use for tobacco cessation: systematic review and
meta-analysis
Uma nova meta-análise vai de encontro ao alerta do artigo anterior que apontava que a cessação do tabagismo com a droga vareniclina (Chantix, ou Champix no Brasil) representa um aumento dos riscos cardiovasculares.
A análise que aparece no British Medical Journal (BMJ) foi realizada por pesquisadores sem vínculos atuais com o fabricante de medicamentos, mas um dos quais tinha recebido um prémio de investigação Pfizer investigador-iniciante.
A nova análise examinou o risco de emergências do tratamento e eventos cardiovasculares graves em 22 estudos randomizados controlados por placebo, compreendendo mais de 9200 participantes. Eventos foram aqueles definidos como ocorrendo dentro de 30 dias de interrupção do tratamento (a análise anterior incluiu eventos até 1 ano depois). Ao contrário das conclusões anteriores, a nova análise encontrou uma taxa de eventos cardiovasculares de 0,63% com vareniclina e 0,47% com placebo.
Chamando a estimativa de risco da análise anterior "inflado", os autores alegam que, ao contrário, o risco associado ao uso de vareniclina "é estatisticamente e clinicamente insignificante."
Leia o abstract traduzido:
Objetivo: analisar o risco de tratamento emergencial,
eventos adversos cardiovasculares graves associados ao uso de vareniclina para a cessação do
tabaco.
Desenho: Meta-análise comparando os efeitos de estudo usando quatro estimativas de síntese.
Fontes
de dados: Medline, Cochrane Library, on-line registros de ensaios
clínicos e listas de referência dos artigos identificados.
Métodos
de revisão: Foram incluídos ensaios clínicos randomizados de usuários de
tabaco em curso na idade adulta que comparam o uso da vareniclina com
um controle inativos e eventos adversos. Definimos
tratamento emergenciais, eventos adversos cardiovasculares graves como
ocorrendo durante o tratamento medicamentoso ou dentro de 30 dias de
suspensão, o que incluiu qualquer evento adverso
cardiovascular isquêmico ou arrítmico (enfarte do miocárdio, angina instável, revascularização
coronariana, doença arterial coronariana, arritmias, ataques isquêmicos
transitórios, morte, acidente vascular cerebral ou morte súbita relacionada cardiovascular, ou insuficiência cardíaca congestiva).
Resultados:
Foram identificados 22 estudos, todos duplo-cegos e controlados com
placebo, dois incluíram participantes com doença cardiovascular ativa e
11 envolveram participantes com história de doença cardiovascular. Taxas
de tratamentos emergenciais, cardiovasculares graves eventos adversos
foram de 0,63% (34/5431) nos grupos de vareniclina e 0,47% (18/3801) no
grupo placebo. A
estimativa de síntese para a diferença de risco, 0,27% (intervalo de
confiança 95% -0,10 a 0,63, P = 0,15), com base em todos os 22 ensaios,
não era nem clinicamente nem estatisticamente significativos. Para
efeito de comparação, o risco relativo (1,40, 0,82-2,39, P = 0,22),
Mantel-Haenszel odds ratio (1,41, 0,82-2,42, P = 0,22), e Peto odds
ratio (1,58, 0,90 a 2,76 P = 0,11) ,
tudo com base em 14 estudos com pelo menos um evento, também indicaram
uma diferença não significativa entre a vareniclina e placebo.
Conclusões:
Esta meta-análise, que incluiu todos os estudos publicados até à data,
com foco em eventos que ocorrem durante a exposição de drogas, e os
resultados analisados utilizando quatro estimativas-resumo, não
encontraram aumento significativo nos eventos
adversos cardiovasculares graves associados ao uso de vareniclina. Para
desfechos raros, as estimativas de síntese baseados em efeitos
absolutos são recomendados e estimativas baseadas na razão de chances de
Peto devem ser evitadas.
Acesse:
Veja a cobertura Medicina de Família BR sobre a Vareniclina:
Acesse o artigo na íntegra:
Veja a meta-análise que condenou a Vareniclina: